Festival de Cannes: Michael Douglas, Johnny Depp e o sotaque do norte
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Uma abertura com histerismo na Croisette. Johnny Depp ainda provoca muitos gritos femininos e move multidões. O trânsito parou literalmente na Croisette para a sessão de abertura, fora de competição de Jeanne du Barry, onde a estrela americana é Luís XV, rei que escolheu como amante favorita Jeanne, uma cortesã que desafiou a corte de Versailles. Um bom baptismo para um festival que na gala soube fazer uma majestosa homenagem a Michael Douglas. Uma homenagem que os óscares não fariam Melhor. O titã de Hollywood agradeceu emocionado a Palma de Ouro de honra.
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Também ontem no Palais o júri teve a sua apresentação à imprensa. O presidente do Júri, Ruben Ostlund, mostrou-se assertivo e garante que nesta 76.ª edição de Cannes ninguém vai abrir a boca sobre favoritos. Ao seu lado, a jurada Brie Larsson, oscarizada por Room, mostrava-se incomodada quando alguém perguntava se o facto de estar num festival que escolhe para abertura um filme com Johnny Depp a incomodava.
Na Quinzena dos Realizadores, hoje é a vez de três curtas feitas no norte de Portugal, região este ano escolhida para ser o cenário do projeto Fábrica de Realizadores. Oportunidade para Cannes descobrir novos talentos portugueses que neste projeto trabalharam com jovens cineastas de Espanha, Israel e Irão. Desta sessão destaca-se As Gaivotas Cortam o Céu, de Mariana Bártolo e do espanhol Guillermo Garcia López, um olhar sobre figuras resistentes no porto de Matosinhos. Um conto sobre os tempos que mudam e como o sexo e o amor podem ser um rasgo de consolo. Este sotaque do norte fica bem a uma secção que mais à frente ainda vai ter o clássico Vale Abraão, do mestre Oliveira, e o filme sensação Légua, de Miller Guerra e Filipa Reis.
