Festival de Cannes: o caso Ken Loach e ainda o prémio português
Corpo do artigo
No último dia do Festival de Cannes faz-se pontaria para a Palma de Ouro. Muitos pensam que tudo está dependente do gosto mais ou menos transgressivo do presidente do júri, Ruben Ostlund. A verdade é que um filme como o belíssimo The Old Oak, de Ken Loach, veio mexer com as previsões que apontavam mais a Aki Kaurimaki e Justine Triet. Neste filme derradeiro, o octogenário cineasta inglês excede-se e faz uma obra tocante sobre a integração de algumas famílias sírias num bairro da classe trabalhadora do norte da Grã Bretanha. Um filme à flor da pele que nos mostra que a esperança pode ser a última coisa a morrer num país ferido de morte pelo Brexit. Comovente e com momentos puros de cinema, se The Old Oak vencer hoje a Palma de Ouro bate um recorde. Ken Loach torna-se o único cineasta a vencer o prémio máximo em Cannes por três vezes.
TSF\audio\2023\05\noticias\27\27_maio_2023_rui_tendinha
Enquanto isso, foi bonito perceber a cumplicidade entre jornalistas brasileiros e portugueses com o prémio de melhor ensemble para A Flor do Buriti, de Salaviza e Renée Meder Massora. Mais do que tudo, é um incentivo para Portugal e o Brasil fazerem mais coproduções. Pena é os portugueses somente poderem ver o filme nas salas em março do próximo ano. Erro crasso.
