Festival de Veneza: a fronteira da vergonha
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Numa altura em que as poules dos críticos italianos continuam a colocar o filme de Lanthimos, Pobres Criaturas, como o melhor, chegou à competição o notável Green Borders, de Agnieszka Holland, petardo ativista polaco sobre o inferno que se vive nas fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia e como um grupo de refugiados tenta sobreviver perante o abandono das autoridades dos dois países. Um filme de protesto contra o governo polaco, mas inundado de grandes ideias de cinema. Num preto e branco sideral, Holland mostra-nos como podemos agir perante a barbárie destes dias. Porque o cinema ainda pode ser uma arte de denúncia.
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Ao lado do famoso Hotel Excelcior, ontem uma muito chique Sofia Coppola quase que pedia desculpas à imprensa pela imagem que dá de um Elvis abusador e machista em Priscilla, mas realçava que apenas quis seguir a versão das memórias de Priscilla Presley, a viúva do Rei aqui também presente.
Mas o melhor do dia veio do cinema indie americano e de uma comédia sobre um falso assassino contratado. Hit Man, de Richard Linklater, foi seguramente o filme mais aplaudido nas sessões de imprensa. Veneza 2023 encontrou a sua coqueluche e Hit Man tem já estreia confirmada em Portugal.
