Festival de Veneza: Luc Besson, abaixo de cão
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Cão que ladra não morde, diz o provérbio, mas no thriller de ação Dogman, do francês Luc Besson, os cães mordem um gangue criminoso latino inteiro de New Jersey. Besson já não filmava há uns anos e este regresso aos grandes festivais terá espantado muita gente. Com efeito, não se percebe. É um dos grandes equívocos do festival de Veneza em muitos anos. Cinema de série B a tentar contar a história de um homem-cão numa cadeira de rodas com desejos de vingança. Grotesco e nada subtil, Dogman poderia viver da presença de um dos atores da moda, Caleb Landry Jones, que nem modo de drag queen a fazer playback de Edit Piaf sobrevive. A má notícia é que está garantido para Portugal.
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Boa notícia neste festival Netflix é o novíssimo de Wes Anderson, a curta The Wonderful Story of Henry Sugar, 37 minutos de puro prazer visual, pedido de desculpas informal pela desilusão que era Asteroid City, mostrado em Cannes. Aqui, em Veneza, para além de mostrar este conto de Roald Dahl sobre um homem que não vê com os olhos, foi também homenageado. No final do mês na plataforma de streaming o mundo inteiro pode mergulhar nesta maravilha que prova que o realizador texano está cada vez mais próximo do artifício da pura encenação teatral.
Mas hoje é dia de Carminho e Lisboa, presenças surpreendentes em Pobres Criatura de Yorgos Lanthimos.
