Cavaco Silva era o primeiro-ministro e o pacote laboral dava pontos sem nós nos sindicatos. A contestação social subiu de tom e o país foi parando por todo o mês de fevereiro.
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Há 30 anos, os jornais marcavam o passo das paralisações mas o país estremecia.
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O técnico de serviço no Observatório da Serra do Pilar falava em ruído subterrâneo nalgumas zonas da cidade do Porto. Às 15 horas e 9 minutos minutos, um abalo telúrico fez estremecer o norte do país. O edifício do aeroporto de Pedras Rubras - ainda se chamava assim - tremeu bastante.
Guimarães, Braga e Gondomar foram outras cidades onde as pessoas testemunham a passagem do sismo que não provocou vítimas nem prejuízos materiais. Era domingo e as greves estão anunciadas para o dia seguinte.
Cavaco Silva diz "que não cederá nem um milímetro" nas negociações do pacote laboral. Silva Peneda era o ministro do Emprego, com quem Torres Couto trocou correspondência e a quem o secretário-geral da UGT confirmou que sem as alterações propostas pela intersindical ao pacote laboral, a greve geral ia mesmo avante.
"Quem não para consente" foi o slogan que marcou essa paralisação de março, mas no final de fevereiro a CGTP ainda não tinha dado luz verde ao protesto.
O Expresso dirigido por José António Saraiva divulga as cartas da rutura entre o Executivo e a UGT. O Semanário orientado por Vítor Cunha Rego aposta na fé dos TSD, confiantes que a Assembleia da República vai mudar o pacote laboral.
As greves dos transportes marcadas para dia 29 já tinham sido desmarcadas. Só a CP resiste mas na véspera também suspende a paralisação. "Os comboios andam" é título de primeira página em quase todos os diários desse ano bissexto.
"A rádio em direto", anunciava-se nas páginas da imprensa. "Finalmente a rádio em direto. 102.7 FM. TSF - Rádio Jornal".