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Um dos 14 médicos do hospital da Figueira da Foz que decidiram demitir-se após conhecerem as propostas de redução de custos alertou que a qualidade do hospital está em causa.
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Apenas um dos 15 directores de serviço no Hospital Distrital da Figueira da Foz se mantém em funções. Os restantes colocaram os lugares à disposição como forma de protesto por causa da redução de custos.
José Couceiro, um dos médicos demissionários, não gostou do facto de os médicos não terem sido consultados.
«Nós somos médicos, dirigimos serviços e existimos para tratar doentes, temos ética e obrigação para com os doentes», disse, acrescentando que está um causa «um imperativo de consciência e ética» em relação ao trabalho do dia-a-dia.
Um hospital com «actividade médica de bom nível» ficará com «uma urgência básica e com uma pequena equipa interna de especialistas mas sem anestesista», por exemplo, o que «põe em causa a qualidade a nossa actividade regular e a segurança dos doentes», alertou.
José Couceiro espera agora que a administração volte atrás com a palavra, «apesar dos erros que cometeu». «Há sempre uma altura para rectificar algumas posições», reforçou, acrescentando que «quem sabe» deve ser consultado e frisando que está em causa «a saúde dos portugueses».
Contactado pela TSF, o conselho de administração do hospital não quis fazer qualquer comentário, confirmando apenas que 14 dos 15 directores de serviço colocaram os lugares à disposição.