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Mesmo com a digitalização do negócio, as exportações cresceram 14%.
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Os primeiros sinais de recuperação para o setor da fileira Casa, mobiliário, decoração e afins chegaram em 2021, apesar do impacto das medidas de mitigação impostas em resposta à pandemia.
Os diversos segmentos que compõe este setor têm sido responsáveis por cerca de 4,5% do total de exportações nacionais e foi nas vendas ao exterior que registaram o maior crescimento, cerca de 14% face ao ano anterior e ainda assim abaixo 5% de 2019, considerado o melhor ano de sempre, revela Gualter Morgado, diretor executivo da APIMA-Associação portuguesa das Industrias de Mobiliário e Afins.
"Definiria 2021 como o ano da recuperação, ainda que sob fortes condicionamentos. A fileira casa, após um período de forte impacto, após o primeiro confinamento entre março e abril de 2020, começou uma trajetória de retoma que foi definitivamente implementada no decorrer de 2021. Neste momento o crescimento das exportações face a 2020 é de 14%. Estamos apenas 5% abaixo dos níveis de 2019, ano em que conhecemos o volume mais elevado de sempre das exportações desde setor. No entanto, estes 5% abaixo são, não por efeito do mobiliário doméstico, que está acima dos valores de 2019, mas sim, ainda com impacto muito negativo, da falta de recuperação da área de contract neste setor, ou seja, a vertente profissional, a vertente de projeto, ainda está muito abaixo dos valores atingidos há 2 anos."
Com a pandemia impôs-se a digitalização de negócios num setor constituído por mais de 7.500 empresas, que representam cerca de 61 mil postos de trabalho e um volume de negócios anual na ordem de 3,3 mil milhões de euros.
Gualter Morgado adianta mesmo que "conhecemos uma nova forma de promoção internacional ancorada no digital, que nos tornou menos dependentes das deslocações e dos eventos. Estes continuam a ter uma grande importância, dando origem ao que designaria de um modelo híbrido de promoção, em que o digital e o físico se conciliam de forma perfeitamente equilibrada."
Antes do ano terminar, a fileira voltou a marcar presença em eventos internacionais de referência, quer em Itália, quer na Grécia, mas vê agora no modelo híbrido de promoção do negócio, o caminho para crescer no futuro. O presidente da associação representativa do setor lembra que " a APIMA este ano dinamizou duas ações internacional de promoção da fileira como um todo sob a marca MADE IN PORTUGAL, NATURALLY, em Milão e em Atenas. Este é o caminho que queremos continuar a percorrer, demonstrando a qualidade e complementaridade dos sectores que compõem a fileira Casa portuguesa."
A falta de matérias primas e a subida de preços de contexto, mantêm clima de incerteza na dobragem do ano, não permitindo fazer grandes estimativas de crescimento para 2022, pelo menos, Gualter Morgado reage cauteloso, " este é um período particularmente desafiante para as nossas empresas, que têm sido impactadas por um conjunto de dificuldades, escassez de matérias-primas, a subida dos custos de transporte, a escalada dos custos de energia e as necessidades da transição ambiental somam-se evidentemente aos condicionamentos decorrentes da pandemia, quer ao nível da gestão das pessoas, quer do próprio fluxo das encomendas. É, portanto, com a confiança permitida pela resiliência demonstrada pelas nossas empresas, que encaramos o ano de 2022. Conscientes da multiplicidade de desafios que toda a fileira enfrentará, mas a APIMA continuará empenhada em promover as condições de competitividade nacional de um dos ilustres mais tradicionais da economia portuguesa."
A fileira casa começa o ano de 2022 com uma visita à feira de referência do setor, a Maison&Objet em Paris, de 20 a 24 de janeiro e vai integrar no espaço reservado a Portugal, empresas do sector, mas com menor dimensão.