Uma mulher de 51 anos faleceu no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, antes de ter acesso a um medicamento de 41 mil euros. O fármaco garante uma elevada taxa de cura. O filho fala em negligência e já decidiu que vai avançar para os tribunais com uma ação contra o Estado português.
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Maria Manuela contraiu Hepatite C no Serviço Nacional de Saúde, quando há 20 anos, tirou um ovário.
Era acompanhada há nove anos no Hospital Egas Moniz, que em 2008 propôs um tratamento com medicamentos convencionais. No entanto a terapêutica, diz o Centro Hospitalar aos jornais Público e Correio da Manhã, foi recusado pela doente.
O hospital Egas Moniz garante ao jornal Público que o primeiro pedido para tratamento com o fármaco que custa 42 mil euros, foi feito em julho do ano passado, mas só foi aceite em janeiro deste ano, ou seja seis meses depois, quando a doente estava já em estado extremamente crítico.
Maria Manuela foi transferida na semana passada para o Hospital Santa Maria, por precisar de cuidados intensivos e acabou por morrer na passada sexta-feira.
Davis Gomes, filho, não esconde a revolta. Diz que este caso «não pode morrer em vão». Alegando ter havido negligência por parte do Serviço Nacional de Saúde já decidiu que vai avançar para tribunal, para processar o Estado.
O Correio da Manhã escreve que o Hospital Santa Maria pediu uma investigação à Inspeção das Atividades em Saúde e abriu um inquérito interno para perceber o que se passou com os pedidos do medicamento.
Fernando Ramalho, médico do Serviço de Gastrenterologia do Hospital Santa Maria, ouvido pela TSF diz que enquanto o Infarmed continuar a bloquear os pedidos que recebe para disponibilizar medicamentos inovadores muitos doentes vão continuar a morrer.