Portugal está agora em 25º lugar entre 57 países.
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Portugal caiu oito lugares num índice que mede o desempenho dos países no combate às alterações climáticas. O alerta é da associação ambientalista Quercus que diz que Portugal está agora, globalmente, no 25º lugar, "obtendo a pior posição de sempre" (entre 57 países).
A culpa é, sobretudo, do aumento do consumo energético 'à boleia' do fim da crise económica e da grave situação de seca. O Climate Change Performance Index (CCPI) é divulgado no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP25) pela associação de defesa do ambiente alemã Germanwatch, pelo NewClimate Institute e pela Rede Europeia para a Ação Climática (na qual a Quercus colabora).
A posição de Portugal, 25º, corresponde, de facto, ao 22º lugar pois os primeiros três lugares do pódio permanecem vazios tendo em conta que para os ambientalistas "nenhum país se encontra num caminho compatível com as metas do Acordo de Paris".
A Quercus explica que o fim da crise "teve como consequência negativa o aumento do consumo energético e a subida das emissões de gases com efeito de estufa". João Branco, dirigente da Quercus, explica à TSF que sempre que uma crise acaba é normal que o consumo aumente, aumentando, em paralelo, os gases com efeito de estufa, por exemplo através da compra de mais combustíveis para a circulação automóvel.
A associação ambientalista argumenta ainda que estes números mostram que em Portugal o combate às alterações climáticas está muito dependente das conjunturas económicas e do clima que ocorre em cada ano, nomeadamente das secas e dos incêndios florestais.
A posição do país no índice também ficou prejudicada com "os incêndios florestais e a seca generalizada que levaram a um aumento do consumo de combustível fóssil que continua a usufruir de benefícios fiscais, embora sujeitos a uma taxa de combustível e carbono desde 2018".