Fim do isolamento: Graça Freitas recomenda "gestão" da Covid com "precauções"
A DGS admite uma subida de novos casos e está preparada para "rever a estratégia" se necessário.
Corpo do artigo
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, apela às pessoas infetadas com SARS-CoV-2 que mantenham a preocupação de proteger os outros, apesar de o isolamento de casos positivos ter deixado de ser obrigatório.
"A sociedade está pronta para este tipo de medidas", defende Graça Freitas em declarações à TSF, a propósito dos 57 anos do Plano Nacional de Vacinação.
É esperada uma subida do número de casos no inverno, mas com "baixo impacto" no Serviço Nacional de Saúde, com menos internamentos, aponta, ressalvando: "Se houver algum sinal de alerta estamos disponíveis para rever a estratégia em curso."
A diretora-geral da Saúde diz que "a vacinação contra a Covid tem permitido controlar a doença para níveis aceitáveis" pelo que é possível confiar na "capacidade das pessoas de gerir a sua situação clínica e a sua vida social."
TSF\audio\2022\10\noticias\04\graca_freitas_9h
"Estamos a aprender todos um novo equilíbrio em relação à gestão da doença", aponta, em que cada um "tem de fazer a sua vida com precauções" em função da sua situação clínica.
"De acordo com a sua condição de doença, as pessoas devem decidir elas próprias se ficam mais isoladas" e se, não ficando, limitam o contacto pessoas mais vulneráveis e recorrem ao uso de máscara e medidas de etiqueta respiratória.
"Temos em relação às doenças que se transmitem - e a Covid-19 é uma delas, não a única - uma obrigação social de proteger os mais vulneráveis e proteger os outros", lembra Graça Freitas.
A decisão de acabar com o isolamento obrigatório, justifica a diretora da DGS, parte da necessidade de "tratar todas as doenças com equidade para que nenhuma fique para trás", ainda que a evolução da Covid-19 se mantenha sob vigilância das autoridades de saúde.
A propósito dos 57 anos do Plano Nacional de Vacinação que se assinalam esta terça-feira, Graça Freitas destaca a "longa tradição [de vacinação] que faz com que controlemos a maior parte das doenças para as quais há vacina".
"O que aconteceu com a Covid-19 foi quase um milagre: a colaboração entre a indústria farmacêutica e os governos para termos vacinas em tempo útil." "Estamos a atravessar uma época em que vamos ter mais Covid, mas com mais segurança porque estamos vacinados", reforça.
"Vacinar é proteger, vacinar é ganhar vida." E é também "um ato de responsabilidade", já que quem se vacina protege mesmo quem não se pode vacinar, através da imunidade de grupo.
"O ideal é que uma vacina previna uma infeção. Quando não é possível, há vacinas que protegem da infeção", como é o caso das vacinas contra a Covid-19 e gripe, nota.
"É um orgulho imenso termos as taxas que temos e os valores que temos no controlo de doenças."
Segundo a DGS, o Programa Nacional de Vacinação permitiu eliminar ou controlar, até à data, 13 doenças.