"Fizemos um esforço." PCP não despediu funcionários depois de quebra eleitoral
Questionado sobre os despedimentos de funcionários no Bloco de Esquerda e se o mesmo aconteceu no PCP, Jerónimo de Sousa foi taxativo na resposta: "Nós não despedimos."
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O PCP não despediu funcionários apesar da redução da subvenção do partido resultante da diminuição do número de deputados no Parlamento depois das eleições legislativas, como aconteceu com o BE, assinalou o secretário-geral comunista.
Em entrevista à agência Lusa a propósito da Conferência Nacional de 12 e 13 de novembro, Jerónimo de Sousa foi questionado sobre os despedimentos de funcionários no BE e se o mesmo aconteceu no PCP. O dirigente comunista foi taxativo na resposta: "Nós não despedimos."
"Fizemos um esforço e, no essencial, mantemos o conjunto de quadros com responsabilidades no partido [...], as receitas vêm dos próprios militantes e dos seus eleitos, como é sabido, e evitamos o despedimento", concretizou o secretário-geral do PCP.
E enfatizou de seguida: "Não encontrámos nenhum solavanco depois das legislativas, é um partido diferente."
Jerónimo de Sousa considerou "ser evidente" que há vínculos laborais diferentes, por exemplo, durante as campanhas eleitorais são necessários "quadros a tempo inteiro, em part-time, para darem uma contribuição técnica".
"Há essa realidade de, por exemplo, fazer um contrato de seis meses, mas não despedir. É a nossa palavra de ordem [...], as exceções devem ser consideradas com respeito, com clareza, onde cada um sabe o pé em que está", reforçou.
Aos 75 anos, Jerónimo de Sousa, já desempenhou muitas funções. É secretário-geral do PCP há 18 anos, é o deputado que há mais tempo está em funções na Assembleia da República e foi deputado à Assembleia Constituinte no pós-25 de Abril. No entanto, não esquece o início como metalúrgico e é assim que quer ser visto quando se reformar.
"Um dia serei reformado, se tiver tempo, com bonificação por um lado, e um subsídio vitalício pelo outro e uma coisa que olhos nos olhos vos digo é que o compromisso que tenho com o meu partido é nem ser beneficiado, nem ser prejudicado. A carreira profissional de metalúrgico evoluiu, fui sempre acompanhando o meu salário com essa realidade e um dia vou reformar-me com a reforma de um operário qualificado na metalurgia", concluiu.