Fnam exige substituição de Ana Paula Martins “por alguém que consiga de facto servir o SNS”
À TSF, a presidente da federação, Joana Bordalo e Sá, acusa a ministra da Saúde de não estar a levar o SNS “a bom porto” e deixa casos que sustentam a sua afirmação
Corpo do artigo
A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) apela à demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no mesmo dia em que a responsável pela pasta fala no Parlamento.
À TSF, a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, diz que a ministra de não estar a levar o SNS “a bom porto”, acusando-a de falta de vontade política e competência, e dá alguns exemplos.
“Tivemos um verão extremamente difícil, sobretudo na área da ginecologia e da obstetrícia, onde nós vimos mais de 40 bebés a nascerem nas ambulâncias - aliás, ainda continuam a nascer -, e, infelizmente, tivemos 11 vítimas mortais que não tiveram acesso à emergência pré-hospitalar”, arremete.
Joana Bordalo e Sá não fica por estes casos. A presidente da federação diz que as demissões de conselhos de administração, que têm acontecido em “catadupa” de acordo com a médica, não se compreendem, nem as nomeações que têm sido feitas para estes cargos. Além disso, Joana Bordalo e Sá sublinha que continua a haver “uma falta generalizada de médicos do Norte a Sul do país e nas ilhas, nas várias áreas [da medicina]".
“Por outro lado, não tem havido um diálogo, não tem havido vontade política, nem uma negociação séria e competente que consiga trazer mais médicos ao Serviço Nacional de Saúde”, afirma.
É com base nestes acontecimentos que a presidente da Fnam reitera a substituição da liderança do Ministério da Saúde “por alguém que consiga de facto servir o SNS”.
Esta segunda-feira, o sindicato dos técnicos de emergência (SPETH) elogiou a ministra da Saúde, por ser a "primeira governante" a assumir implementar medidas no INEM e a mostrar vontade política para resolução dos problemas existentes.
À TSF, Joana Bordalo e Sá diz que não partilha da mesma opinião. “A atitude do Ministério da Saúde de Ana Paula Martins tem sido de uma falta de seriedade e de negociação no terreno com os vários profissionais de saúde e os médicos, de facto, não há até agora uma única solução concreta que traga mais médicos ao SNS.”
Apesar do Ministério da Saúde querer começar as negociações com os técnicos de emergência pré-hospitalar, Joana Bordalo e Sá lamenta que, para tal acontecer, “foram necessárias 11 vítimas mortais”.
A ministra da Saúde visita esta terça-feira o INEM, seis dias depois das medidas de contingência para minimizar atrasos na resposta à população, um assunto que deverá também levar Ana Paula Martins a dar explicações no Parlamento.
A visita de Ana Paula Martins à sede do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em Lisboa, está agendada para as 15h30, mas antes a governante está a ser ouvida na Assembleia da República sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2025.
Notícia substituída às 11h25
