FNAM insiste em "tabela salarial equitativa", mas admite "expectativas baixas". SIM mantém 15%
A FNAM e o SIM procuram esta terça-feira chegar a acordo em matéria de aumentos salariais com o Ministério da Saúde.
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A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) insiste numa "tabela salarial equitativa para todos os médicos", mas, momentos antes de entrar na reunião desta terça-feira com o Governo, a organização sindical admite que "as expectativas estão baixas".
A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, falava aos jornalistas à entrada da 36.ª e última ronda negocial com o Ministério da Saúde.
"Lutamos para ter um Serviço Nacional de Saúde de qualidade e universal", disse a responsável, acrescentando que a organização sindical vai apresentar esta terça-feira "uma tabela salarial equitativa para todos os médicos".
Joana Bordalo e Sá explica que a contraposta apresentada não difere do que já foi apresentado: "Acima de tudo, tem por base as 35 horas de trabalho semanal, que deve ser extrapolado para o resto dos regimes de trabalho de uma forma equitativa, transparente e transversal para todos os médicos."
"As expectativas são baixas, mas esperança é a ultima a morrer", sublinhou.
Segundo a presidente da FNAM, não se trata apenas de uma atualização salarial, mas também os médicos terem melhores condições de trabalho coma reposição das 35 horas de trabalho semanal, a reposição das 12 horas de urgência e a reposição das férias que foram retiradas aquando da intervenção da troika.
Questionada sobre a crise política e possíveis consequências no setor da saúde, Joana Bordalo e Sá foi clara: "As reivindicações da FNAM nunca vão cair por terra, independentemente do Governo que venha a ser formado com as eleições de 10 de março."
Joana Bordalo e Sá alertou ainda para as vagas que ficaram por preencher no concurso para médicos especialistas, afirmando tratar-se de um "sintoma muito dramático que cabe ao ministério resolver".
A FNAM e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) procuram esta terça-feira chegar a acordo em matéria de aumentos salariais com o Ministério de Manuel Pizarro.
O secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, mantém o pedido de 15% de aumento e pede responsabilidade de todos.
"A grande expectativa é que o sentido de responsabilidade e seriedade e flexibilidade do SIM tem demonstrado ao longo dos meses tenha correspondência por todos os protagonsitas nesta negociação", disse Roque da Cunha, em declarações aos jornalistas.
O encontro decorre na véspera da votação final do Orçamento do Estado para 2024, após 19 meses sem entendimento.