O incêndio deflagrou na tarde de sexta-feira, na localidade de Carrascal, Santo André das Tojeiras.
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O perímetro do incêndio que deflagrou na sexta-feira, em Castelo Branco está neste momento estabilizado, sem qualquer frente ativa e com quatro pontos quentes que "merecem maior preocupação", informou este domingo o Comando Regional de Proteção Civil do Centro.
"A área ardida estimada é de 7.000 hectares, mas o potencial deste incêndio aponta para mais de 20 mil hectares. O foco, neste momento é não deixar haver novas reativações com período superior a 15 minutos", referiu o segundo Comandante Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, José Guilherme, num 'briefing' sobre o ponto de situação do fogo às 11:30.
"Infelizmente temos a registar até ao momento 11 feridos ligeiros", adiantou.
Depois das horas de aflição vividas desde a passada sexta-feira, o autarca de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, afirmou à TSF que as próximas horas podem trazer boas notícias sobre a evolução das chamas.
"Foi uma noite bastante intensa de trabalho, com dois pontos críticos e bastante temperatura. Temos vindo a tentar consolidar e penso que, durante esta manhã, ficarão as coisas concluídas, mas a temperatura está muito alta, está a aumentar também de forma muito grandiosa. As autoridades, aquilo que me dizem é que temos boas perspetivas. Ainda há pouco estive falar com o comandante e ele disse-me precisamente isso, mas neste meio e com estas temperaturas temos de ser sempre muito cautelosos", avisou Leopoldo Rodrigues.
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O presidente da Câmara de Castelo Branco indica que o fogo atingiu uma zona de mato e floresta e, por isso, não há danos materiais a registar. Um balanço para o qual muito contribuiu a atitude preventiva das populações.
"As nossas populações, e isso tem sido feito de forma exemplar, têm vindo a garantir o perímetro de segurança e limpeza à volta das localidades. Se por vezes nos deparamos com alguma incompreensão, verifica-se agora, perante uma situação com esta dimensão e com estas consequências, a importância de fazer isso. Manter aquele perímetro de segurança à volta das localidades porque isso, num momento de tragédia como é este, que é sempre imprevisível, faz toda a diferença", acrescentou o autarca de Castelo Branco.
O incêndio deflagrou na tarde de sexta-feira, na localidade de Carrascal, Santo André das Tojeiras, concelho de Castelo Branco e progrediu para o concelho vizinho de Proença-a-Nova.
José Guilherme adiantou que no terreno vão manter-se os mais de mil operacionais que "estão a conseguir a estabilização do perímetro do terreno. Os quatro pontos quentes são entre Pedra Altar e Foz do Cobrão, a oeste de Gaviãozinho, a este de Carregais e entre Catraia Cimeira e Aldeia Cimeira", todos no concelho de Proença-a-Nova.
"Estamos a falar de uma área muito grande [60 quilómetros de perímetro], com populações dispersas. Não houve necessidade [durante a noite] de evacuações. Muitas habitações devolutas e anexos foram danificados, mas felizmente não há primeiras ou segundas habitações danificadas", sublinhou.
O segundo comandante da proteção civil adiantou ainda que neste momento não existem quaisquer vias de comunicação interditas ou encerradas à circulação rodoviária, mas deixou um apelo para que as pessoas utilizem essas vias só em caso de necessidade, uma vez que continuam por lá a circular muitas viaturas da Proteção Civil e de outras entidades que se encontram no combate ao incêndio.
"O combate está a evoluir muito favoravelmente e prevemos que nas próximas horas, a manter-se assim, no final do dia façamos uma nova avaliação. Tudo depende das condições meteorológicas e do vento, sobretudo. O foco vai ser nos quatro pontos para evitar reativações mais fortes", concluiu.
À hora do 'briefing', o incêndio mobilizava 1.030 operacionais, apoiados por 359 veículo, 16 máquinas de rasto e dois meios aéreos (aviões Fire Boss).