Mudança do vento ao início da noite levou ao agravamento da situação em Mação, com as chamas a chegarem a menos de um quilómetro da vila sede de concelho.
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* Notícia atualizada às 00h30, de 27 de julho 2017
Uma das frentes de incêndio às portas de Mação está a ceder mas o perigo para vila não foi afastado. O vento continua a ser uma preocupação para os bombeiros que combatem as chamas.
Em declarações aos jornalistas, pouco depois da meia-noite de quarta para quinta-feira, o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, falou do "esforço tremendo" que foi preciso fazer para acautelar a segurança da população e voltou a levantar dúvidas sobre a estratégia seguida no combate às chamas.
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Proteção Civil faz "defesa perimétrica" em Mação para proteger habitações
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) informou ter "todos os meios disponíveis a fazer defesa perimétrica" na vila de Mação, no distrito de Santarém, devido ao incêndio que lavra na zona e ameaça habitações.
"Há muito vento no local. Estamos a proteger as habitações na vila de Mação e todos os recursos estão de facto alocados neste momento a esta zona", disse à agência Lusa, cerca das 23h30 de quarta-feira, a adjunta de operações da ANPC Patrícia Gaspar.
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De acordo com a responsável da Proteção Civil, o fogo que se aproxima do centro de Mação integra o grande incêndio da Sertã, que deflagrou na tarde de domingo no concelho da Sertã e alastrou a Proença-a-Nova e a Mação.
Chamas chegam ao perímetro da vila de Mação (23h00)
O incêndio que deflagra no concelho de Mação têm três frentes ativas. Uma delas chegou a ser dada como controlada mas a mudança do vento, ao início da noite, agravou a situação e as chamas acabaram por se aproximar do perímetro da vila.
O posto de comando de operações está instalado no centro da vila de Mação, sendo dezenas os populares que se encontram no local a acompanhar o evoluir da situação. As constantes mudanças no sentido do vento, e a sua força, estão a causar apreensão, quer entre os populares, quer entre as autoridades.
No bairro onde fica o quartel dos bombeiros, os habitantes estão a ser retirados, como constatou o repórter Miguel Videira.
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"Meios não são suficientes" considera autarca de Mação
Pessoas que estão a ver o fogo dificultam a passagem de veículos de combate. Autoridades pedem a população que evite esse movimento. "Chamas estão longe de estar controladas", diz Vasco Estrela.
"Não sei se os meios são suficientes, outras pessoas mais habilitadas darão resposta. Aquilo que percebemos é que os bombeiros andam a correr de lado para lado, a tentar chegar a todas as situações, daí provavelmente pode-se inferir que os meios não são suficientes, mas isso é uma opinião minha", afirmou o autarca de Mação.
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Arderam duas casas
O presidente da Câmara de Mação disse também, esta tarde, que as "chamas estão longe de estar controladas".
Durante a tarde arderam duas casas, uma de primeira habitação na aldeia de Casas da Ribeira, habitada por uma idosa e outra habitação, esta devoluta, em São José das Matas.
Fogo de Mação passou para Vila Velha de Ródão
O incêndio que lavra em Mação passou para o concelho de Vila Velha de Ródão e obrigou à evacuação da localidade de Gardete, disse à Lusa o vice-presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão.
Casas da Ribeira evacuada
O presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, afirmou que a aldeia de Casas da Ribeira, com cerca de 30 pessoas, está hoje à tarde a ser evacuada, sublinhando que o combate ao incêndio continua "complicado". Segundo Vasco Estrela, a aldeia de Casas da Ribeira foi evacuada "para evitar que existam maiores problemas naquela aldeia", num momento em que as chamas se dirigem para aquela localidade
A23 cortada
O trânsito está cortado na A23, entre o nó de Mouriscas ao Km 49 e Gardete ao Km 77, nos dois sentidos.
São José das Matas
A aldeia de São José das Matas está a centrar a atenção das autoridades. Está cercada pelo fogo e os acessos foram cortados.
Os bombeiros que estavam a controlar a frente de Eiras foram destacados para São José das Matas e a frente de Eiras está avançar. A população de Pereiro e Castelo teme que as chamas se aproximem nas próximas horas.
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Em Pereiro, "está tudo na rua", conta o repórter Miguel Videira, que falou com autoridades que apontam para uma "aparente descoordenação" no terreno.
Primeiro-ministro na Proteção Civil
O primeiro-ministro desloca-se hoje às 17h30 à Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Carnaxide, para uma reunião com os responsáveis operacionais sobre a situação dos incêndios em Portugal, disse à Lusa fonte do gabinete de António Costa. No encontro, António Costa irá receber toda a informação atualizada sobre a situação dos incêndios em Portugal, acrescentou a mesma fonte.
Santa Casa de Mação pede ajuda
Entretanto, a Santa Casa da Misericórdia de Mação está a pedir ajuda. Precisa de quem possa ajudar a confecionar refeições que serão depois distribuídas aos bombeiros. A Santa Casa está também a pedir alimentos como esparguete, batatas, carne, águas, arroz, ovos, atum, talheres de plástico, caixas descartáveis de refeições, guardanapos, pacotes pequenos de sumos para as refeições dos bombeiros.
Eiras
Em Eiras, várias pessoas tiveram de abandonar as casas por precaução. É "uma dor de alma", conta o repórter Miguel Videira, que testemunhou também que o SIRESP não estava a funcionar num momento em que os bombeiros tentaram o contacto com o posto de comando.
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