Fogo na Madeira continua sem fim à vista. Até circular pela ilha já se tornou difícil

Homem de Gouveia/Lusa
Nesta altura, como várias vezes ao longo dos últimos dias, o incêndio está com duas frentes
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Às portas da segunda semana de atividade, o fogo na Madeira continua sem desfecho à vista. Além das zonas diretamente atingidas pelas chamas, até circular pela ilha já se tornou difícil. Nas últimas horas, por exemplo, encerraram as estradas entre o Poiso e o Pico do Areeiro, um dos pontos mais turísticos do arquipélago. Também os acessos ao Paul da Serra continuam cortados por causa do incêndio.
Nesta altura, como várias vezes ao longo dos últimos dias, há duas frentes de fogo. Uma na freguesia da Serra da Água, no concelho da Ribeira Brava, e outra no Curral das Freiras, em Câmara de Lobos, onde a Proteção Civil regional aponta como mais problemático o que se passa na Fajã dos Cardos.
O comandante operacional no terreno, Manuel Pereira, explicou à SIC Notícias que as chamas continuam em zonas inacessíveis aos bombeiros e, por isso, neste momento só lhes resta deixar arder.
"Pode começar a descer. Temos cá habitações e precisam de ser asseguradas. Também por ser uma encosta há muita carga combustível e é necessário estarmos preparados quando chegar cá. Não conseguimos fazer o combate nem a manutenção lá em cima porque também temos de garantir a segurança dos nossos operacionais, por isso vamos fazê-lo cá em baixo, preparando com vários veículos", alerta Manuel Pereira.
O responsável espera para ver o que vai acontecer. Tudo depende do vento, mas o mais importante, segundo o comandante, é a segurança das populações e dos bombeiros.
"Como isto é uma encosta podem cair troncos, pedras e haver derrocadas, por isso temos de garantir a segurança dos nossos operacionais. Como é um declive muito acentuado há muita carga combustível. Agora vai depender da evolução do próprio fogo. Com a brisa vai descer e pode-se criar uma situação mais grave. Os habitantes já foram informados. Temos ali uma senhora acamada que vai ser retirada, se for necessário", sublinhou o comandante operacional no terreno.
Já na Ribeira Brava respira-se algum alívio, como contou à TSF Paulo Andrade, o vereador municipal da Proteção Civil.
"Hoje foi o dia mais calmo destes seis dias. Ainda estamos com um incêndio ativo na zona da Serra da Água, nas zonas altas. Os bombeiros continuam a fazer vigilância nos pontos onde o incêndio já perdeu a intensidade, nomeadamente em Campanário, que oferecia mais preocupação ontem à noite. Tivemos de convencer os idosos e as crianças a sair de casa", acrescentou Paulo Andrade.
