Fogo na Ponta do Sol contido em zonas distantes de habitações. Curral das Freiras com reacendimento em zona "inacessível"
A presidente da câmara explicou que o incêndio lavra dos dois lados da ribeira da Ponta do Sol, mas bastante distante de moradias
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O incêndio que lavra desde domingo no concelho da Ponta do Sol, na zona oeste da ilha da Madeira, está contido em zonas distantes de habitações, indicou esta segunda-feira a presidente da Câmara Municipal, Célia Pessegueiro.
"Na freguesia da Ponta do Sol, tanto a Lombada, como no Monte, não houve descida do fogo [pelo vale da ribeira], está a conseguir ser contido, pelo menos até ao momento", disse a autarca, adiantando que no Paul da Serra os bombeiros estão também a tentar travar o incêndio na zona das Rabaças.
Falando à agência Lusa na zona alta do sítio da Lombada, cerca das 16h40, Célia Pessegueiro explicou que o incêndio lavra dos dois lados da ribeira da Ponta do Sol, mas bastante distante de moradias.
Nesta área, o fogo está a ser combatido também com recurso ao helicóptero do Serviço Regional de Proteção Civil, o único meio aéreo disponível na região autónoma.
Por outro lado, o Serviço Municipal de Proteção Civil está a dar apoio logístico aos bombeiros no terreno com as refeições, água e combustível, ainda segundo a autarca.
Reacendimento em "zona alta e inacessível" de Curral das Freiras
Na localidade de Curral das Freiras houve um reacendimento. Em declarações à RTP, o secretário-geral da Proteção Civil, Pedro Ramos, afirmou que a zona é de difícil acesso e o helicóptero de combate às chamas deve ser deslocado para esse local.
"Vamos ver o que as condições atmosféricas permitem. Já obtive informação, por parte do presidente da Proteção Civil, de que este novo foco de reacendimento na zona alta do Currral das Freiras é inacessível. Se as condições atmosférias o permitirem, o meio aéreo também irá proceder com algumas descargas aí para começar a conter o fogo", explicou Pedro Ramos.
O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, confirma que o local é de muito difícil acesso e ainda estão a avaliar a melhor forma de lutar contra as chamas.
"Estamos a monitorizar e a tentar identificar quais são as ações que podemos desenvolver no sentido de eliminar esse foco de incêndio, considerando, porém, que é numa zona inacessível para os homens e viaturas. A intervenção por meio aéreo também não nos oferece condições. Por isso vamos ter de aguardar mais alguns instantes para saber qual é o desenvolvimento que vai ter para que possamos identificar quais as medidas a tomar", acrescentou.
Célia Pessegueiro adiantou também que o encerramento da Levada dos Moinhos e da Levada Nova, dois percursos muito procurados por turistas, foram as únicas medidas excecionais tomadas pela autarquia, na medida que se situam numa das encostas da ribeira, havendo o risco de queda de pedras.
"Encerramos já ontem [domingo] temendo que hoje de manhã não tivéssemos mãos a medir", explicou, lamentando o facto de alguns turistas não respeitarem a sinalização.
"Os visitantes deveriam respeitar [a sinalização], ainda para mais vendo este cenário de fumo e sabendo que há fogo na ilha", salientou.
O incêndio rural na Madeira deflagrou na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho contíguo a este, Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol, através do Paul da Serra.
Até domingo, 160 pessoas foram retiradas das suas habitações por precaução e transportadas para equipamentos públicos, mas muitos moradores já regressaram ou estão a regressar a casa.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de feridos ou destruição de casas e infraestruturas essenciais.
O fogo mobiliza perto de duas centenas de operacionais (inclusive do continente e dos Açores) e algumas dezenas de viaturas, além do meio aéreo do arquipélago, com as atenções centradas sobretudo nos concelhos da Ribeira Brava e da Ponta do Sol.
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, afirma tratar-se de fogo posto, mas as causas ainda não foram divulgadas.
