Um dia depois de começar a erupção do vulcão dos Capelinhos, no Faial, Açores, o jornal O Telégrafo dizia que "no mar, a 100 metros dos Capelinhos", tinha rebentado um "vulcão submarino".
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"Como noticiámos, desde há dois dias, quase ininterruptamente, nas freguesias do Capelo e Praia do Norte, a terra tem tremido, pondo em sobressalto as respetivas populações que, assustadas, abandonaram as suas casas, percorrendo as ruas com o emblema do Divino Espírito Santo a implorar a Misericórdia Divina", relatou O Telégrafo, na edição de 28 de setembro de 1957.
O jornal, com sede na Horta, Faial, contava que no dia anterior, pelas 6h45, "a ansiedade aumentou, ao ser avistado a 100 metros a nordeste dos ilhéus dos Capelinhos o mar em ebulição expelindo escórias que eram projetadas a alguns metros de altura".
A erupção do vulcão dos Capelinhos começou a 27 de setembro de 1957 e, um ano depois, começou a perder força. A 24 de outubro de 1958 ocorreu a última emissão de lavas e o vulcão adormeceu.
Em entrevista à agência Lusa, o docente da Universidade dos Açores Rui Coutinho referiu que na sequência da erupção houve a evacuação de alguns lugares, tendo sido retiradas 1.712 pessoas e meio milhar de cabeças de gado, do Norte Pequeno, Canto e Capelo.
Rui Coutinho adiantou que "cerca de 40% da população ativa emigrou do Faial em consequência da erupção", estimando os "custos quantificáveis" da erupção em dois milhões de dólares americanos à data, o que seriam hoje 15,4 milhões de dólares.