Fernando Nobre disse que foi «muito difícil» ter decidido aceitar o convite para cabeça de lista do PSD por Lisboa e candidato do partido a presidente da Assembleia da República.
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«Depois da minha candidatura presidencial e da caminhada que comigo fizeram milhares de portugueses, muitos desiludidos com a política e sequiosos de encontrar uma alternativa de cidadania, não foi simples nem óbvio para mim encontrar a resposta justa e assertiva ao desejo que o Dr. Pedro Passos Coelho me colocou», confessou Fernando Nobre, num texto colocado na sua página do Facebook.
Perante a «situação dramática» que o país vive, o ex-candidato às eleições presidenciais entende que «não há mais tempo para esperar que os problemas se resolvam por si» e que todos têm «o dever de participar».
«O facto de termos o direito de sermos independentes não nos livra da responsabilidade de contribuir para o futuro colectivo», justificou.
Não era através de um lugar no Parlamento que «acreditava poder continuar a missão que me propusera», mas o projecto apresentado pelo presidente do PSD «é bem mais amplo, para além de que preserva a minha autonomia e independência», disse.
«Pela primeira vez na história da democracia portuguesa, um cidadão independente, sem vínculo partidário, poderá contribuir, com a sua intervenção, na gestão da política, num lugar de tão grande relevância como é a Presidência do Parlamento», destacou.
Isso, continuou, «terá óbvias consequências no entendimento e credibilização da acção política, bem como será, espero, um estímulo para uma participação mais activa dos cidadãos na vida política do país».
«Tentarei com empenhamento total contribuir para a reconciliação dos cidadãos com a prática política, para que diminua a abstenção, e para que os cidadãos voltem a acreditar que existe esperança, porque são possíveis práticas politicas alternativas», reforçou.
«Acredito nas intenções do Dr. Passos Coelho e revejo-me em muitos dos argumentos que me apresentou e no modelo que, em conjunto, idealizámos como uma via para ajudar a desbloquear o nosso sistema político que hoje está desfasado do país e da vida dos portugueses», sublinhou Fernando Nobre.
O presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) admitiu ainda que poderá ser alvo de «muitas incompreensões», mas frisou que é facto de poder vir a servir o país que o motiva. «Sou antes de mais um homem de acção e um patriota», referiu.
«Serei um Presidente da Assembleia da República escrupulosamente respeitador das instituições e do Estado mas não renegarei nunca as minhas convicções, a minha vocação de humanista, e os valores e desígnios da cidadania», prometeu.
Fernando Nobre disse ainda que está a preparar um programa que submeterá aos futuros líderes parlamentares para «gerar mais consensos» e «para abrir novas oportunidades de auscultação e diálogo com os cidadãos», defendendo «unidade em torno da reconstrução de Portugal».
«Foi a pensar nos que não têm voz e no futuro das novas gerações que tomei esta decisão», rematou o médico.