"Foi quem melhor refletiu a identidade nacional." Ferro Rodrigues enaltece Eduardo Lourenço
Eduardo Lourenço, de 97 anos, morreu esta terça-feira, em Lisboa.
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O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, manifestou "grande consternação" com a morte do ensaísta Eduardo Lourenço, considerando que foi "quem melhor refletiu a identidade nacional" e "sobre o que é ser português".
"Recebo, com grande consternação, a notícia do falecimento de Eduardo Lourenço, aos 97 anos. Eduardo Lourenço foi, sem dúvida, quem melhor refletiu a identidade nacional, sobre o que é ser português, sobre o que nos diferencia enquanto cidadãos e enquanto povo à escala universal", refere Ferro Rodrigues.
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Na perspetiva do presidente da Assembleia da República, o ensaísta e filósofo "deixa um legado que vai muito além da vasta obra publicada, traduzindo-se na intervenção de toda uma vida nas áreas da educação, da cultura e da cidadania, justamente reconhecida por inúmeros prémios e condecorações".
Ferro Rodrigues destaca o seu ingresso de Eduardo Lourenço, "de forma tão simbólica", no Conselho de Estado, por indicação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 2016.
"Portugal perde hoje o Professor e filósofo, o crítico e ensaísta; a Lusofonia uma das suas maiores referências intelectuais. À sua Família e Amigos endereço, em meu nome e no da Assembleia da República, as mais sentidas condolências", lamenta Ferro Rodrigues.
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Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.
Eduardo Lourenço Faria nasceu a 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, no distrito da Guarda.
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Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, na Universidade de Coimbra, em 1946, aí inicia o seu percurso, como assistente e como autor, com a publicação de "Heterodoxia" (1949).
Seguir-se-iam as funções de Leitor de Cultura Portuguesa, nas universidades de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, em Montpellier, na França, e no Brasil, até se fixar na cidade francesa de Vence, em 1965, com atividade pedagógica nas principais universidades francesas.
Autor de mais de 40 títulos, possuiu desde sempre "um olhar inquietante sobre a realidade", como destacaram os seus pares.
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