Miguel é uma criança transgénero. Tem 15 anos e desde os 4 que começou a dizer que queria ser um menino. Miguel nasceu Beatriz, costuma dizer que: "foi um azar, nasci no corpo errado".
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Na véspera da conferência internacional sobre a identidade de género nas crianças, promovida pela associação AMPLOS, a TSF conversou com a mãe de Miguel e também com a presidente da AMPLOS, Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género.
Ambas defendem que a lei portuguesa tem de ser alterada porque crianças, como o Miguel, não podem continuar a ter no cartão de cidadão, nas pautas escolares, um nome que não é o deles.
No parlamento está a ser debatido um projeto do Bloco de Esquerda para a revisão da lei da identidade de género. A presidente da Amplos, Margarida Faria, defende que é preciso incluir as crianças nas alterações à lei.
As crianças transgénero já podem mudar de nome no registo civil em vários países. Noruega, Suécia, Chile, Argentina, Malta são alguns dos exemplos onde já é possível nascer no corpo errado mas alterar a identidade no registo civil.