Força Aérea adquire satélite que pode prever catástrofes naturais e auxiliar busca e salvamento
O lançamento do satélite está previsto para 1 de fevereiro de 2026
Corpo do artigo
A Força Aérea adquiriu esta quinta-feira um satélite que capta imagens de alta resolução que podem ser utilizadas para prever fenómenos meteorológicos e catástrofes naturais ou auxiliar em missões de busca e salvamento, além de outros fins militares.
O acordo foi esta quinta-feira formalizado em Monsanto, Lisboa, e assinado entre o Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) Aeroespacial - que consiste numa parceria entre a Força Aérea, o centro de engenharia CEiiA e a GEOSAT - e a empresa ICEYE.
Ouvido pela TSF, o coronel Pedro Costa explica que o satélite de radar de abertura sintética (SAR) permitirá uma "monitorização com maior permanência e uma eficiência e eficácia", até porque vai ser "coberta uma maior área" para as ações de soberania. Além disso, terá uma função de busca e salvamento. "As imagens de radar permitirão ver no vasto oceano eventuais, por exemplo, embarcações que possam estar a necessitar de auxílio", acrescentou.
Mas as novidades não ficam por aqui. O satélite pode dar apoio a ações de sustentabilidade ambiental, uma vez que "possui características que permitem medir a quantidade de plásticos que existem nos oceanos", prosseguiu o coronel Pedro Costa.
O lançamento do satélite está previsto para 1 de fevereiro de 2026 e prevê-se que esteja no espaço durante um período de 90 dias a fazer um "todo um conjunto de testes".
A aquisição do equipamento acontece através de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e será operado pela Força Aérea. O investimento, superior a dez milhões de euros, insere-se no âmbito do lançamento da chamada “Constelação do Atlântico”, um projeto conjunto de Portugal e Espanha para desenvolver e lançar uma constelação de satélites de observação da Terra.
O objetivo é atingir os 26 satélites, 12 do tipo SAR e 14 óticos, de acordo com informações adiantadas à Lusa pela Força Aérea.
Este satélite, adquirido hoje, pode ser utilizado pela Força Aérea para imagens de apoio em ações de vigilância e informações, na busca e salvamento, ou na recolha de dados sobre poluição marítima.
Pode ainda ser utilizado para prever fenómenos meteorológicos e catástrofes naturais e apoiar áreas civis como a agricultura, além dos fins militares mais habituais (a guerra da Ucrânia tem recorrido a várias imagens de satélite, por exemplo).
Fonte oficial do ramo realçou ainda à Lusa que este tipo de investimento permite também “reter talento” no país, evitando a “fuga de cérebros para outros países”.
