Fórum para a Competitividade lamenta que Governo não dê prioridade ao crescimento
Ferraz da Costa comentou, no Fórum TSF, as estimativas do Fundo Monetário Internacional para Portugal.
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O presidente do Fórum para a Competitividade, Ferraz da Costa, lamentou, no Fórum TSF desta quarta-feira de manhã, onde foram discutidas as previsões do FMI para a economia global, que o poder político não dê prioridade ao crescimento económico.
Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as estimativas para Portugal, que não deverá ultrapassar, este ano, um crescimento acima dos 4% apesar de, em 2022, a economia nacional ter condições para registar um ritmo superior ao conjunto da zona euro e em relação às onze economias do leste europeu que fazem parte da União Europeia.
Em reação, Ferraz da Costa afirmou que este desempenho resulta da falta de vontade dos governos em dar real prioridade ao crescimento económico.
"Se fizessem um exercício sincero, e suponho que a profissão de político vede um pouco a possibilidade de serem sinceros, diriam que é a última preocupação que têm. O primeiro-ministro já disse que os portugueses não gostavam de reformas. Para crescer é preciso fazer reformas, se os eleitores não gostam de reformas, porque é que os políticos se vão chatear a fazer reformas? Estamos nessa situação. Já não se pode ouvir falar em reformas estruturais, ninguém percebe porque é que não se fizeram. Temos tido uma grande incapacidade de entrar em setores novos", explicou à TSF Ferraz da Costa.
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No Fórum TSF, o presidente do Fórum para a Competitividade alertou para o impacto da guerra na economia. Ferraz da Costa não espera, apesar desta ameaça real, mudanças para melhor por parte de um Governo que mantém a mesma receita.
"Temos o mesmo Governo e a mesma orientação política que tivemos nos últimos seis anos e é difícil esperar diferente daquilo que vamos ter, mas temos sempre a grande consolação de que foi aquilo que a maioria dos eleitores quis. Devemos ter alguma compreensão pela situação de encruzilhada em que o Governo está, porque no fundo ninguém sabe muito bem o que vai acontecer com a guerra na Ucrânia que, além de todos os aspetos muito dolorosos de uma guerra, vai ter um efeito muito pesado sobre alguns setores da economia europeia e também um efeito de travagem da economia internacional", acrescentou o presidente do Fórum para a Competitividade.