O embaixador de Portugal em Paris afirmou, este sábado, que os Ministérios da Educação dos dois países vão discutir a redução do número de professores de português em França no final de Janeiro.
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Francisco Seixas da Costa falava aos jornalistas, este sábado, dia de mais um protesto contra a redução do número de professores de português em França, depois de ter recebido do Colectivo para a Defesa do Ensino do Português no Estrangeiro mais de 2500 assinaturas de protesto.
Questionado se a redução por parte do Governo português do número de professores da língua em França, que dão aulas ao ensino primário, não podia significar futuros cortes por parte do Governo francês, que assegura as aulas de português no secundário, o embaixador respondeu que não.
O diplomata acrescentou ainda que os Ministérios da Educação dos dois países vão reunir-se no final do mês e que a questão do ensino do português em França estará em cima da mesa.
«A questão vai ser abordada, mas [à partida] não temos nenhuma indicação de que haja qualquer tipo de desmobilização ao nível do ensino secundário na sequência [da redução do número de professores de português em França]. Continuamos, aliás, a insistir na necessidade de as autoridades francesas reforçarem a abertura de concursos para professores de português», afirmou.
Cerca de uma centena de pais, professores, alunos e representantes associativos protestaram este sábado, a partir das 15:00, junto à embaixada, com bandeiras de Portugal e cartazes desenhados pelos mais pequenos, relata a agência Lusa.
Uma delegação do colectivo foi recebida pelo embaixador às 15:30. À saída, o porta-voz, Raul Lopes, afirmou que as reivindicações não são novas, que as preocupações se mantêm e que as respostas também.
«O embaixador disse-nos que transmitiria, como transmitiu [na sequência do protesto de Dezembro], as nossas preocupações ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. O ministro é que não liga nenhuma à comunidade e por isso nós não temos nenhuma certeza quanto ao futuro. O argumento é sempre o dos constrangimentos económicos mas nós continuamos a achar que a questão é política e não vamos desistir de lutar», afirmou.
O Instituto Camões anunciou no final de 2011 que iria reduzir, até Janeiro, 49 postos de trabalho de professores de português da rede no estrangeiro, sobretudo em França (20), Suíça (20) e Espanha (9).
Pelas contas do colectivo, em França mais de 2000 crianças ficaram sem aulas de português. O embaixador em Paris, Francisco Seixas da Costa, calcula que esse número esteja entre os 1700 e os 1800.