
Francisco Louçã
Global Imagens/Natacha Cardoso
O coordenador do Bloco de Esquerda comunicou à presidente da Assembleia da República o fim do mandato como deputado, mas diz que vai continuar na vida política com «a mesma dedicação».
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Francisco Louçã já não vai estar presente na discussão e votação do próximo Orçamento do Estado.
Depois de treze anos como deputado, o ainda coordenador do Bloco de Esquerda (BE) explicou numa carta os motivos pelos quais vai deixar o Parlamento.
«Saio do Parlamento por uma razão e por mais nenhuma, entendo, para mim próprio, que o princípio republicano marca limites à representação que tenho desempenhado e exige a simplicidade de reconhecer que essa responsabilidade deve ser exercida com contenção. Ao fim de treze anos, reclamo a liberdade de influenciar o meu tempo, é agora o momento de uma renovação que fará um Bloco mais forte».
Louçã garante ainda que vai continuar a sua «vida política com os mesmos valores e com a mesma dedicação ao Bloco de Esquerda e à luta sem tréguas pela justiça social».
«Se me perguntam o que farei a partir de hoje, quero responder-vos com toda a clareza: dedicarei o que sei e o que posso à luta por um governo de esquerda contra a troika e, para isso, ao esforço de criar pontes e caminhos novos, de juntar competências, de ajudar a levantar a força deste povo», afirma Louçã.
Na missiva, o líder do BE insiste que é preciso um governo de esquerda «para romper com o memorando e para defender Portugal, o Portugal do trabalhador e do contribuinte, de quem luta pelo seu povo e não aceita a humilhação da guerra infinita contra os salários e as pensões».
O bloquista, catedrático em economia e professor no ISEG, diz ter vivido «com intensidade cada momento desta luta parlamentar, essencial para uma esquerda coerente» e deixa um agradecimento a todos os seus colegas de bancada.
«Agradeço a todas as deputadas e deputados do Bloco de Esquerda a força incessante que trazem a este confronto e tudo o que me ensinaram, e mais ainda o que vão continuar a fazer contra a política cínica do empobrecimento», afirma.