O coordenador do Bloco de Esquerda afirmou que «hoje é o dia zero para correr com este Governo» e apelou «às grandes mobilizações de multidões» contra uma política de austeridade que «empobrece o país dia após dia».
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«Hoje vai ser o dia zero para correr com este Governo. Este Governo deve ser demitido, deve ser posto de lado», referiu Francisco Louçã, durante um almoço com militantes em Guimarães.
Referindo-se às manifestações que hoje se vão realizar em 40 cidades portuguesas, sob o lema "Que se lixe a troika", Louçã disse que se trata "da luta pela justiça", de um povo que "com orgulho, se levanta pelo seu país".
O líder bloquista apelou a todas as formas de luta para "correr" com o atual Governo, sublinhando ser tempo de apresentar uma moção de censura e de uma greve geral "que possa juntar todos".
Louçã mostrou-se particularmente crítico em relação às alterações na taxa social única (TSU), classificando-a mesmo como «a ideia mais extravagante» do Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
«Nenhum país do mundo se atreveu a dizer que um mês do salário sai do bolso do trabalhador para o bolso do patrão», referiu.
Acrescentou que os dois últimos anúncios de medidas de austeridade feitos pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças «ainda não completaram o cardápio das iniciativas de aumento de impostos para 2012».
«Ainda não disseram onde vão continuar a aumentar os impostos já este ano. Faltam mais de 2 mil milhões de euros que vão ser tirados aos de sempre. No privilégio ninguém toca», acusou.
Desafiou toda a esquerda a «ter a coragem de romper com o memorando da troika», que apenas contribui «para o empobrecimento de Portugal dia após dia».
«A troika não pode continuar a atuar em Portugal como tem feito. Romper é o princípio da sensatez», afirmou.