Em entrevista à RTP, o secretário de Estado da Inovação explicou que está «tranquilo» sobre o que fez na SLN, mas sublinhou que se soubesse da fraude «não tinha ido trabalhar» para lá.
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O secretário de Estado da Inovação garantiu que não pretende criar problemas ao Governo, no entanto, garantiu que não tem intenção em se demitir das funções que ocupa há uma semana.
Em entrevista à RTP, Franquelim Alves reiterou a ideia de que está «perfeitamente tranquilo», pois «cumpri as minhas obrigações profissionais na SLN com rigor, existência e dedicação que em 43 anos cumpri na minha vida».
Contudo, o novo secretário de Estado admitiu que se soubesse da existência de uma «fraude na SLN não tinha ido trabalhar na SLN».
«Nem todas as pessoas que passaram por lá são responsáveis pelo buraco e eu não sou responsável pelo buraco. Contribui para denunciar o buraco no tempo certo e na fase mais crítica», sublinhou.
Franquelim Alves frisou também que não pode aceitar que o facto de «apresentar um currículo em que comecei a trabalhar aos 16 anos quase seja crime».
«Há um novo que é a caça às imperfeições no currículo. É extraordinário que o país tem problemas tão graves para resolver e estão preocupados em determinar uma falha aqui e acolá num currículo», adiantou.
O gestor assegurou ainda que não omitiu informação ao Banco de Portugal e explicou que não apresentou logo uma denúncia ao supervisor porque era preciso sistematizar e ter dados concretos sobre a situação no BPN.
Franquelim Alves assegurou que esta informação foi comunicada quando estava «substanciada em factos, números e evidências e isso levou tempo».
«Só quem viveu o inferno que eu vivi naqueles curtos meses é que seria capaz de perceber o que era a dimensão da fraude, da desagregação e da ocultação e a dificuldade que tínhamos em perceber o que estava à nossa frente», concluiu.