Freguesia de Britelo viveu "noite de inferno": "Só se pensa em safar as casas e tudo o que é monte pode arder"
Em declarações à TSF, Estêvão Rodrigues apela à colaboração do Governo, sobretudo no que diz respeito à compra de alimento para animais
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O presidente da junta de freguesia de Britelo, no município de Ponte da Barca, recorda a "noite de inferno" no combate ao incêndio que ameaçou a zona e lamenta que pouco se faça para
Em declarações à TSF, Estêvão Rodrigues conta que, inicialmente, os operacionais conseguiram desviar o fogo para o monte, de forma a não ameaçar habitações. Contudo, o fogo reacendeu em Mosteirô e rapidamente se alastrou para a localidade de Igreja. Desta vez, os esforços concentraram-se em tentar salvar "várias casas" e isso "foi doloroso para as pessoas", sublinha.
Esta foi uma das quatro aldeias evacuadas na quarta-feira, devido ao incêndio na zona minhota. Os moradores, que passaram a noite em associações, já estão em casa, sem que tenham sido registados quaisquer danos nas habitações.
"Nós até somos bons em economia, porque há incêndios que ardem entre dois a três dias. O nosso é rápido: ardeu tanto em tão pouco tempo", compara.
O autarca fala, contudo, numa "despesa enorme", já que as três freguesias que circundam o Parque Nacional da Peneda-Gerês ficaram "sem nada". Apela, por isso, à colaboração do Governo, sobretudo no que diz respeito à compra de alimento para animais.
"Nós agora não temos nada, os animais não têm culpa, têm de comer", sublinha.
Embora se congratule com o facto de nenhuma casa ter sido consumida pelas chamas, aponta que todos os anos se gasta muito dinheiro em plantações, que depois acabam ardidas. O Executivo, diz, "devia começar a pensar em limpar" a suas propriedades.
"Tanto dinheiro vai para plantações, tanto dinheiro se gasta aqui na minha zona de parque e agora que chegamos a um dia como o de hoje, só se pensa em 'safar as casas'. Tivemos muitos meios aéreos, tivemos o presidente da câmara que foi eficaz e incansável em várias coisas aqui, mas tudo o que é monte pode arder", denuncia.
De acordo com informação no site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 14h06 o fogo que deflagrou no sábado à noite em Ponte da Barca e, entretanto, já se alastrou a Terras de Bouro, mobilizava 508 operacionais, apoiados por 163 viaturas e seis meios aéreos.
