Este ex-presidente do CDS entende que Alberto João Jardim propôs uma boa solução ao defender a saída de Passos Coelho com a designação de um novo primeiro-ministro dentro do PSD.
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Freitas do Amaral defendeu, esta segunda-feira, a demissão do Governo, ao considerar que Alberto João Jardim tem razão quando defende uma mudança de Governo em Portugal, mantendo-se, contudo, a maioria PSD-CDS.
Para este ex-presidente do CDS, que diz que «ou o Governo muda de política ou o país muda de Governo», foi o presidente do Governo Regional da Madeira quem fez a «declaração mais sábia e acertada nos últimos tempos».
À margem de um lançamento de um livro sobre Mário Soares, de Joaquim Vieira, este antigo chefe da diplomacia portuguesa destacou as palavras de Jardim, que «preconizou» a solução de «outro Governo da atual maioria, sem eleições, mas com outro primeiro-ministro escolhido naturalmente no PSD».
«Não vou entrar em lutas internas dentro do PSD, mas quer-me parecer que essa solução era capaz de ser bem melhor do que a de nos manter como estamos sem esperança nenhuma de melhorar ou irmos para eleições sem esperança nenhuma de ter um Governo maioritário», acrescentou.
Para Freitas do Amaral, «se o ministro das Finanças não sair ao mesmo tempo que o primeiro-ministro vai sair antes dele», uma vez que «falhou tudo».
«Foi apresentado como um tecnocrata de grande competência técnica e que não falhava nas suas previsões, mas falhou-as todas em 2012 e 2013. Portanto, obviamente falhou a sua missão», explicou.
Questionado sobre se Vítor Gaspar já se deveria ter demitido, Freitas do Amaral disse a missão do ministro das Finanças «foi incumbido e as apostas que fez e que lhe granjearam uma certa confiança inicial do povo português saíram completamente frustradas».
«Ou ele ou o primeiro-ministro têm de tirar daí as ilações devidas ou então não estamos a jogar seriamente o jogo democrático e estamos a fingir que brincamos às democracias», concluiu.