Isabel Camarinha, da CGTP, adianta à TSF que no dia 27 de outubro haverá também um plenário dos sindicatos da administração pública em frente à Assembleia da República.
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A Frente Comum convocou, este sábado, uma greve nacional da função pública para o dia 18 de novembro. O anúncio foi feito, este sábado, a poucas horas do início de uma manifestação convocada pela CGTP, nas ruas de Lisboa e Porto. Em declarações à TSF, Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, afirma que os trabalhadores não vão desistir da luta e sublinha que o Governo não deixa, para já, outra alternativa que não seja a greve.
"A luta vai ter que se intensificar, porque as respostas não estão a ser as necessárias e, além de vastas camadas de trabalhadores do setor privado que têm já um conjunto de greves marcadas e ações de luta diversas, também no quadro da administração pública, face à ausência de reposição de poder de compra para estes trabalhadores quando o que se exigia era melhoria das suas condições de vida e de trabalho, os sindicatos da administração pública decidiram realizar um conjunto de ações, entre elas um plenário frente à Assembleia da República no dia 27 de outubro e greve de todos os trabalhadores da administração pública no dia 18 de novembro", explica à TSF Isabel Camarinha.
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Em defesa de melhores salários e das condições de vida, a CGTP realiza, ao início da tarde deste sábado, uma manifestação nacional que vai decorrer em simultâneo em Lisboa e no Porto. A central sindical exige que o Governo tome medidas para que não sejam sempre os mesmos - os que menos têm - a pagar os custos de uma crise económica. Isabel Camarinha apela à participação de todos.
"Quem menos tem continua a ser quem está a pagar a situação que estamos a viver", afirma, apelando: "Todos os que se sentem descontentes e exigem alteração da situação venham para a rua hoje."
A CGTP reclama um aumento dos salários de todos os trabalhadores e dos pensionistas. Em Lisboa, a manifestação começa no Cais do Sodré, e no Porto, no Campo 24 de Agosto. O início está marcado para as 15h00. A CGTP foi o único parceiro social que ficou de fora do acordo de médio prazo sobre rendimentos, salários e competitividade.
A Frente Comum diz que a proposta do Governo de aumentos salariais de 3,6%, "quando a inflação prevista se cifra agora nos 7,8% para este ano, e para o próximo ano não vai estar a zero", é "uma proposta de empobrecimento" que os trabalhadores não podem aceitar.
"Entendemos que o Governo tem tempo, espaço e meios orçamentais para dar resposta à necessidade de aumento de salários dos trabalhadores da Administração Pública. Parece é não ter vontade de o fazer", afirmou ainda, em declarações posteriores à agência Lusa, Sebastião Santana.
Os trabalhadores da administração pública apresentaram uma proposta reivindicativa de aumento salarial de 10%, com um mínimo de 100 euros.
Consideram que este aumento permitiria "não haver perda de poder de compra e alguma recuperação em relação àquele que se vem perdendo já desde 2009".
O Governo tem orçamento e tem "aliás, mais disponibilidade financeira", além de "um crescimento previsto acima da média e das suas primeiras previsões", insiste a Frente Comum, que defende que o executivo de António Costa tem condições para alterar a proposta inscrita no Orçamento de Estado até ao dia da votação final global.
Por isso, sublinhou Sebastião Santana, os trabalhadores "vão desenvolver a sua luta e não vão ficar calados a assistir a mais um ano, e ainda por cima de uma maneira muito aguda, de perda de poder de compra".
* Atualizado às 13h41