A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública convou uma reunião para 15 de janeiro para «tomar uma posição e ver como vai responder» às medidas propostas pelo FMI.
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Sublinhando que a Frente Comum «repudia a brutalidade prevista» no estudo do FMI, feito a pedido do Governo, e divulgado na quarta-feira, Ana Avoila disse que é com «indignação» que a estrutura sindical tomou conhecimento destas medidas, mas não com surpresa.
«Tínhamos noção de que iam aparecer propostas para [os cortes] serem na administração pública. Não fomos apanhados de surpresa, a única surpresa que tive foi o tempo» em que estas medidas foram anunciadas, afirmou hoje a dirigente sindical, em conferência de imprensa, em Lisboa.
Questionada sobre se a Administração Pública é demasiado pesada, Ana Avoila rejeitou que assim fosse e disse que isso «é uma falsa questão».
«Não é verdade que Portugal tenha funcionários a mais na Administração Pública, quando comparado com outros países da Europa (...) Na administração pública, tal como ela está concebida na Constituição da República Portuguesa, nós temos gente insuficiente e o Governo que desminta isto», reforçou.
De acordo com a sindicalista, «neste momento concreto, não há pessoal a mais», uma situação que se comprova com «a falta de auxiliares nas escolas» e com o facto de «as pessoas [estarem] sem consultas médicas».
Ana Avoila reiterou ainda uma exigência que tem vindo a fazer: «este Governo tem de ir para a rua» e, disse, «um Governo não é uma alternância, um Governo é uma alternativa».
Para a sindicalista, «não é só uma questão de resistência, [é preciso] as pessoas mentalizarem-se de que só lutando é que se consegue travar esta política».