Frente Comum e Fenprof congratulam-se com grande adesão à greve: "Há muitas escolas fechadas por todo o país"
À TSF, José Feliciano Costa, secretário-geral da Fenprof, refere que "não há investimento na educação"
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Dirigentes da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública e da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) congratularam-se com a grande adesão à greve, que se realiza esta sexta-feira na administração pública.
À TSF, o secretário-geral da Fenprof, José Feliciano Costa, adianta que "há muitas escolas fechadas por todo o país, nomeadamente, em Lisboa, na Amadora, em Torres Vedras, na Covilhã, em Viseu".
"Neste momento, no setor da educação, uma forte expressão da adesão dos professores a esta greve", sublinha, referindo que "os professores começam a perceber o que está em cima da mesa".
"Olhando para esta proposta de OE, pelas contas que fizemos e pela comparação que temos feito, não há investimento na educação e isso implica que não há investimento na carreira. As carreiras não são valorizadas", alerta.
Junto à Escola Artística António Arroio, em Lisboa, encerrada devido à greve, o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, acompanhado por um dos secretários-gerais da Fenprof José Feliciano Costa, realçou que o setor da recolha do lixo teve uma adesão à paralisação de 90%, durante a madrugada.
"Esta greve arrancou no turno da noite de ontem [quinta-feira] nos hospitais e na recolha de resíduos. A adesão, durante a noite, foi muito boa. Os hospitais em serviços mínimos na sua esmagadora maioria, desde Tondela a Faro, passando aqui pelos maiores centros urbanos", descreveu Sebastião Santana.
O dirigente da Frente Comum previu que o cenário matinal da António Arroio se reproduza em Portugal.
"Há registo de escolas fechadas em todo o país e outras que sabemos de antemão que não vão mesmo abrir e isto vai-se multiplicar pelos serviços da Administração Pública", afirmou.
Nas esplanadas em frente àquele estabelecimento de ensino lisboeta, conhecido pelo vanguardismo e dedicado às artes, dezenas de alunos conviviam esta manhã, depois de encontrarem os portões fechados.
Também presente na concentração esteve o candidato presidencial António Filipe, antigo vice-presidente da Assembleia da República e histórico deputado do PCP, "em solidariedade para com os trabalhadores".
"É inquestionável que o país precisa de bons serviços públicos. Temos défices muito graves em geral. É preciso que as carreiras da Administração Pública sejam atrativas. Aquilo que está na discussão do Orçamento do Estado [para 2026] não aponta minimamente para isso", lamentou.
A Frente Comum cumpre esta sexta-feira, desde as 00h00, uma paralisação da Administração Pública contra o Governo da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP), o qual acusa de degradar as condições de trabalho e de desinvestir nos serviços públicos.
Além do setor da Educação, são expectáveis perturbações pela falta de presença de médicos, enfermeiros e auxiliares dos serviços de saúde, trabalhadores dos transportes públicos, inspetores e funcionários do Fisco, funcionários judiciais, entre outros.
O aumento dos salários, a valorização das carreiras, a reposição do vínculo público e a defesa dos serviços públicos são também motivos para a convocação desta "grande greve", que abrange todos os trabalhadores do Estado.
A Frente Comum representa 29 sindicatos de todos os setores da administração pública.
