Frio e necessidade de arejar as salas de aula. Alunos queixam-se de condições nas escolas
A Confederação Nacional das Associações de Pais apela ao Ministério da Saúde para que melhore as infraestruturas dos estabelecimentos de ensino. Os alunos queixam-se de passarem frio nas salas de aula, depois de, na quinta-feira, ter sido divulgada uma fotografia de uma aluna, de Serpa, com cobertores e mantas na sala de aula.
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Com o frio, a falta de aquecimento e a necessidade de arejar as salas de aula, avolumam-se as queixas dos alunos que dizem não ter condições para estar escola. O presidente da Confederação da Associação de Pais diz ter sido contactado por alguns encarregados de educação que pedem ajuda.
Jorge Ascensão defende que as escolas devem fazer uma gestão diferente das salas para evitar que o frio seja ainda mais forte, mas sublinha que este problema é antigo. "Não é por causa da pandemia que isto está a acontecer. Anualmente temos situações, nomeadamente nas regiões mais frias, é difícil, e nós temos apelado, ao nível das estruturas das escolas, para melhorar estas condições", aponta o representante das associações dos pais.
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"Muito do investimento que é necessário na educação tem que ver com melhorias" estruturais, garante Jorge Ascensão. Há associações de pais que ajudam, com mantas e aquecedores, mas "são soluções provisórias", e, com a crise sanitária, o problema acentuou-se: os estudantes estão a passar mais frio porque é necessário abrir portas e janelas.
A DGS emitiu nesta sexta-feira um parecer em que esclarece que "sempre que possível, e que tal não comprometa a segurança das crianças e dos alunos, devem manter-se as janelas e/ou portas abertas, de modo a permitir uma melhor circulação do ar".
No entanto, "face à presente situação meteorológica, quando não existam equipamentos de ventilação mecânica nas salas de aula ou outros espaços utilizados para lecionação, o arejamento pode ser realizado de forma natural durante os intervalos, garantindo a ventilação e renovação do ar interior".
Ouvido pela TSF, Filinto Lima, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas considera positivo o esclarecimento da DGS, mas sublinha que não resolve os problemas.
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Jorge Ascensão defende o regime presencial, mas com o mínimo de condições. Há melhorias "muito importantes, no plano tecnológico", mas a solução também pode passar por "escolas com bom mobiliário, boas condições de aquecimento e do isolamento".
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"Precisamos de apostar e de investir mais na educação do que noutras áreas da atividade económica", argumenta o representante das associações de pais.
O presidente da CONFAP apela ao Ministério da Educação para que garanta o básico. "O próprio corpo humano exige-nos energia para combater o frio e para a concentração." A escala presencial "é muito importante, principalmente para os que mais precisam", defende Jorge Ascensão, que fala de problemas além da retirada do amianto: as escolas precisam de melhor isolamento, aquecimento e arrefecimento.