Nos últimos dois dias, a GNR deteve seis pessoas e apreendeu de uma só vez 1200 quilos de abacates, tendo mais tarde apreendido outros cem quilos
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No dia 8 de dezembro, o Comando Territorial de Faro, através do Posto Territorial de Vila Real de Santo António, deteve em flagrante dois homens de 25 e 33 anos e duas mulheres de 25 e 32 anos, por furto de abacate, na localidade de Vila Nova de Cacela, no concelho de Vila Real de Santo António.
De acordo com a GNR, “no âmbito de uma denúncia de que estaria a ocorrer um furto de produtos agrícolas, onde estariam duas suspeitas a furtar abacates, os militares da guarda deslocaram-se de imediato para a propriedade conseguindo intercetar um veículo de mercadorias com os dois homens, que se preparavam para recolher os produtos furtados”. Os mais de 1200 quilos de abacate foram devolvidos aos proprietários. Dois dias antes, através do Posto Territorial de Tavira, a mesma força policial deteve em flagrante duas mulheres de 20 e 42 anos, por furto de cem quilos de abacate, numa propriedade neste concelho.
Pedro Valadas Monteiro, vice-presidente da CCDR do Algarve, responsável pela área da agricultura, explica que estes furtos acontecem em alturas precisas, quando a cotação deste fruto, que já foi considerado o “ouro verde”, está mais alta.
“O preço pago ao produtor por norma está sempre acima dos dois euros”, adianta. “De acordo com os dados do Serviço de Informação dos Mercados Agrícolas (SIMA), os preços pagos no Algarve ao produtor estão a variar entre os 2,5 euros e os três euros, são preços bastante apelativos”, afirma.
Se não tivesse sido detetado pelos proprietários, que recorreram à GNR, só um destes furtos podia render qualquer coisa como 2500 ou três mil euros.
Os furtos nas propriedades agrícolas no Algarve são constantes, com pessoas que chegam de carrinhas, muitas vezes durante a noite, e depressa roubam a fruta das árvores.
Apesar de serem as mais rentáveis, as explorações de abacate são também das mais vigiadas. “São propriedades que normalmente estão mais próximas das vias de comunicação, algumas já vedadas e com sistemas de vigilância e com proprietários com gestão mais empresarial”, adianta
Mesmo assim estas situações acontecem. Na próxima quinta-feira vai reunir-se novamente o grupo de trabalho que existe desde 2016 no Algarve e que foi criado primeiro devido aos furtos de laranja e mais tarde alargado aos furtos de alfarroba e abacate. É constituído por elementos das forças de segurança, pela ASAE, pelos produtores, e pela Autoridade Tributária, numa tentativa de prevenir e detetar estas situações.