A partir de janeiro o Centro Hospitalar Universitário de São João e os ACES Porto Oriental e Maia/Valongoavançam com um projeto-piloto que permite tratamentos de fisioterapia à distância.
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Um projeto-piloto, promovido pela Direção-Executiva do SNS e que permite poupar recursos humanos e evitar deslocações dos doentes às unidades de saúde.
João Barroso, diretor de medicina física e reabilitação do Hospital São João, sublinha à TSF que desta forma é possível avançar com os tratamentos de uma forma quase imediata.
"É um projeto inovador na medida em que conseguimos um programa híbrido de reabilitação, contempla sessões presenciais com sessões à distância. Tem a vantagem de permitir que os doentes, principalmente no contexto pós cirúrgico, possam iniciar o programa de reabilitação quase de forma imediata. Permite-nos efetivamente ter resultados numa janela temporal bastante eficaz. O projeto abrange doentes em contexto cirúrgico, falámos de doentes que foram submetidos a cirurgia ortopédica, ombro, ao joelho, à anca. Permite que estes doentes tenham ganhos de reabilitação que se perpetuem no tempo, na medida em que conseguem, a partir de casa, dar continuidade ao programa de reabilitação", explicou João Barroso.
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Ao longo do tratamento, o progresso do utente será monitorizado através de uma plataforma online, da Sword Health, com um sistema de alertas supervisionado pelo médico fisiatra.
"Conseguimos ter dados de monitorização quer em termos de mobilidade articular, quer ao nível da quantificação da dor, quer também ao nível do desempenho funcional dos doentes. Para nós é importante como clínicos, uma vez que vamos conseguir avaliar o grau de conversão desses doentes remotamente. Portanto, conseguimos assim testemunhar efetivamente que estamos a ter ganhos com esses programas de reabilitação à distância, o que também liberta recursos humanos, meios. No nosso contexto do sistema nacional de saúde e no nosso contexto hospitalar, temos uma sobrecarga a nível de recursos e naturalmente isso ocorre porque estamos a falar de uma demografia populacional com bastante incapacidade, com bastantes problemas passíveis de serem abordados pela especialidade de medicina física e reabilitação. Há muitos doentes que requerem programas de fisioterapia, muitos deles de forma prolongada no tempo e uma forma de darmos resposta a essa necessidade é termos esse serviço inovador. Há uma grande vantagem adicional para os doentes que de forma mais cómoda podem fazer ações fisioterapia à distância, sem necessitarem de deslocarem ao próprio serviço prestador".
O projeto de telerreabilitação começa a funcionar no início do ano, no Centro Hospitalar Universitário de São João e nos ACES Porto Oriental e Maia/Valongo. Numa primeira fase tem a duração prevista de seis meses e prevê chegar a cerca de 300 utentes.