Galamba nega "categoricamente" ter omitido informação e aponta dedo a ex-adjunto
O ministro das Infraestruturas garante que toda a documentação solicitada pela comissão parlamentar de inquérito "foi integralmente facultada".
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O ministro das Infraestruturas, João Galamba, afirmou esta sexta-feira numa curta nota que "nega categoricamente" ter "procurado condicionar ou omitir informação" à comissão parlamentar de inquérito à TAP e aponta o dedo ao ex-adjunto, Frederico Pinheiro, que foi exonerado.
"Pelo contrário: toda a documentação solicitada pela CPI foi integralmente facultada. A propósito da exoneração de Frederico Pinheiro, esclarece-se que a mesma decorre do facto de o então adjunto ter repetidamente negado a existência de notas de reunião que eram solicitadas pela CPI, o que poderia ter levado a uma resposta errada à CPI por parte do Gabinete do MI", pode ler-se no comunicado de Galamba.
Uma nota que surge depois de o adjunto exonerado do ministro João Galamba, Frederico Pinheiro, ter acusado o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a "reunião preparatória" com a ex-CEO.
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Frederico Pinheiro referiu que, no seguimento das revelações feitas a 4 de abril, na audição da ex-presidente executiva (CEO), Christine Ourmières-Widener, na comissão parlamentar de inquérito à TAP (CPI), João Galamba reuniu-se consigo para abordar o tema da reunião preparatória de 17 de janeiro, na véspera de uma audição da gestora na comissão parlamentar de Economia.
Segundo o comunicado, partilhou, "oralmente, os seus apontamentos, tendo ficado claro que, naquela reunião de 17 de janeiro, tinham sido articuladas perguntas a serem efetuadas pelo GPPS [grupo parlamentar do PS] e tinham sido referidas as respostas e a estratégia comunicacional da CEO da TAP".
De acordo com o adjunto exonerado, "ficou indicado que, em caso de requerimento pela comissão parlamentar de inquérito, as notas não seriam partilhadas por serem um documento informal".
Frederico Pinheiro diz também que não concordou com um comunicado enviado pelo Ministério das Infraestruturas, a 6 de abril, onde se indica que o então adjunto tinha estado presente na referida reunião preparatória.
Contactado por João Galamba, na terça-feira, 25 de abril, Frederico Pinheiro terá deixado "claro que a decisão que tomaram de não revelar a existência das notas teria de ser revista". "João Galamba teve uma reação irada", refere o comunicado.
O adjunto exonerado diz que, na terça-feira à noite, enviou ao ministro, por 'email', as notas das reuniões de 16 e 17 de janeiro, acompanhadas por uma sugestão de mudança na resposta a enviar à comissão de inquérito.