Galp fechar refinaria é "o pior da economia". BE acusa Estado de não usar direito de voto
Coordenadora do Bloco de Esquerda considera que para contribuir para as alterações climáticas é preciso reconverter setores e empregos.
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Catarina Martins considera que "a Galp é um exemplo do que não deve acontecer". Depois de a empresa anunciar que vai concentrar as operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano, a coordenadora do Bloco de Esquerda culpou o Estado de "não usar o direito de voto nas assembleias gerais", sendo que tem uma participação na empresa.
A Galp "distribuiu milhões de euros aos seus acionistas e está a despedir trabalhadores", aponta Catarina Martins, frisando que "isto é o que não pode acontecer, é o pior da economia, é o Estado a desresponsabilizar-se de uma empresa onde pode ter uma palavra e é uma empresa que distribui milhões aos acionistas enquanto despede os trabalhadores".
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Esta segunda-feira, a Galp anunciou, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que "continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos" e que esta reconfiguração "permitirá uma redução de mais de Euro90m por ano em custos fixos e investimentos e c.900kt das emissões de CO2 e (scope 1 e 2) associadas ao sistema atual".
Catarina Martins concorda que tem de haver alterações do ponto de vista dos combustíveis e da energia em Portugal, "em nome das alterações climáticas", mas reforçou que estas devem ser feitas através da "reconversão dos setores e do emprego" e "nunca com este tipo de despedimentos que o que faz é puxar a economia de Portugal para baixo".
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