Garcia de Orta lança plano para recuperar doentes não Covid à espera de operações
O hospital vai realizar 500 cirurgias em instalações privadas. Cerca de metade correspondem a doentes que ultrapassaram os tempos de espera.
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No Hospital Garcia de Orta, em Almada, chegou a hora de dar prioridade aos doentes não Covid. Para recuperar listas de espera e responder a quem tem ficado para trás, a administração contratou a privados as condições para fazer até final do ano cerca de 500 cirurgias atrasadas.
À TSF , Ana Sofia Ferreira, vogal da administração, explica que o hospital leva só os doentes e os cirurgiões. Os espaços de bloco operatório e recursos humanos complementares são subcontratados aos privados. "Nós vamos com os cirurgiões e os doentes e essas entidades disponibilizam depois anestesia e equipa de enfermagem no recobro dos doentes", afirma.
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Com a realização destas 500 cirurgias no privado, o Garcia de Orta conta recuperar à volta de metade das cirurgias mais atrasadas. "De 40 a 50% dos doentes que estão fora do tempo máximo de resposta ficam com a situação resolvida", refere, acrescentando que "ainda há muito trabalho para regularizar até ao final do ano".
Ainda há pouco tempo o Hospital de Almada tinha perto de 300 doentes internados com Covid-19. Atualmente, tem apenas 50, mas a estrutura de resposta tem de continuar montada à parte, dado que consome muitos recursos e algum espaço.
"Não é só uma questão de espaço, embora o espaço no Garcia de Orta também seja escasso, mas às vezes tem a ver com, por exemplo, no bloco operatório nós termos que ter sempre circuitos segregados em paralelo para doentes Covid e doentes não Covid, portanto, isso condiciona necessariamente a lotação que fica disponível para os doentes não Covid", explica.
Ana Sofia Ferreira espera que a população não se entusiasme agora em demasia com o bom tempo e o desconfinamento. "Aquilo que esperamos é que as pessoas o encarem com muita responsabilidade porque passámos e continuamos a passar momentos muito difíceis e que põem em risco de forma muito grave a resposta aos doentes não Covid", indica.
Apesar do bom tempo, Ana Sofia Ferreira relembra a importância de usar máscara, manter o distanciamento social e lavar as mãos "porque a situação hospitalar, enquanto a situação das vacinas não estiver regularizada, ainda é muito crítica".
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O hospital Garcia de Orta espera voltar a alguma normalidade na prestação de cuidados de saúde a todos os doentes com e sobretudo sem Covid-19.
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