Gasóleo: ACAP diz que ministro do Ambiente foi "infeliz" e pode afetar economia
Associação que representa o setor automóvel afirma que Matos Fernandes devia ter pensado antes de dizer que quem comprar um carro a gasóleo "não vai obter grande valor em troca", a médio prazo.
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"A frase do ministro é infeliz. É lamentável e não corresponde à realidade." É assim que Hélder Pedro, o secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) reage às declarações do ministro do Ambiente.
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José Matos Fernandes disse, em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, ser evidente que quem comprar um carro a gasóleo daqui a quatro ou cinco anos não vai obter um grande valor na troca.
Hélder Pedro considera, por seu lado, que a indústria está "fortemente empenhada na redução das emissões poluentes" e lembra que há diretivas comunitárias nesse sentido: "Prevê-se que, em setembro próximo, haja uma nova fase para os novos motores diesel, que terão menos emissões do que motores diesel do passado."
Impacto na economia portuguesa
A ACAP vai mais longe e recorda que o ministro devia ter ponderado o peso que as suas declarações podem ter na economia, já que a indústria automóvel é o principal exportador português.
"Esta é uma matéria delicada. Fábricas como a Autoeuropa, a PSA, a Mitsubishi e a Salvador Caetano produzem em Portugal, dão empregos, produzem riqueza e exportam veículos diesel para outros países europeus, onde esse mercado existe", sublinha.
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A ACAP avança que 97% dos veículos produzidos em Portugal são para exportar porque "há mercado noutros países europeus".