Gaspar: chuva do primeiro trimestre prejudicou construção civil e investimento
Vítor Gaspar argumentou o investimento foi condicionado pelas «condições meteorológicas» no primeiro trimestre do ano, que prejudicaram a construção civil.
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«Naturalmente, o comportamento do investimento é muito preocupante, sendo, no entanto, que o investimento no primeiro trimestre deste ano é adversamente afetado pelas condições meteorológicas nos primeiros três meses do ano que prejudicaram a atividade da construção», afirmou Vítor Gaspar.
O ministro das Finanças respondia às perguntas dos deputados Pedro Marques (PS) e Honório Novo (PCP).
"No primeiro trimestre de 2013 temos um abrandamento de contração do ritmo da atividade económica muito expressivo de menos 1,8 para 0,4. Mas, mais importante, aproximamo-nos da medida da área do euro, que tem uma contração de 0,2 e isso compara com a nossa contração de 0,4", disse.
O deputado Pedro Marques tinha confrontado o ministro com o que considera ser uma alegada «martelada de 7 décimas no deflator do PIB» e Honório Novo tinha perguntado se o ministro se tinha apercebido que «a OCDE e o INE tinham destruído literalmente todas as projeções macroeconómicas do DEO [Documento de Estratégia Orçamental] e do Orçamento Retificativo».
«Nas previsões das OCDE as hipóteses de política orçamental são diferentes das que estamos hoje aqui a discutir, e essa diferença de hipóteses técnicas que está explicitamente reconhecida no documento da OCDE tem implicações muito significativas no deflator do PIB», respondeu o ministro.
«Acontece também que a reposição dos subsídios decidida em resposta ao acórdão do Tribunal Constitucional tem como consequência que o deflator do consumo público será maior e isso refletir-se-á no deflator do PIB. Trata-se, senhor deputado, de uma identidade contabilística com pouca carga ideológica», acrescentou.
Honório Novo tinha começado por citar o parecer do Conselho Económico e Social ao DEO, onde se afirma que o Governo «ignora que a questão fundamental é o crescimento económico».
«Até o Conselho de Finanças Públicas e a doutora Teodora Cardoso - sempre tão carinhosos com o Governo, que lhes paga milhões de euros - afirma não ser possível entender a lógica das suas previsões ou resultados», sustentou o deputado comunista.
«Está tudo maluco à sua volta e o senhor é o único iluminado por uma luz do 'Além' ou do gabinete do ministro alemão das Finanças?», questionou.