Geolocalização de pessoas com demência no Interior de Trás-os-Montes ganha prémio
Doentes com demência vão poder sair sozinhos de casa num concelho com 18 vezes o tamanho do Porto, mesmo correndo o risco de se perderem.
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Um projeto de geolocalização de pessoas com demência num dos concelhos mais 'escondidos' do Interior do país, Mogadouro, em Trás-os-Montes, venceu a 7.ª Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto de responsabilidade social.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro explica que o trabalho que fazem é único em Portugal, especialmente porque este apoio domiciliário à demência, que adia ao máximo a institucionalização dos pacientes, é feito num concelho 7,5 vezes maior do que o município de Lisboa e 18 vezes maior do que o município do Porto.
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João Henriques explica que são apoiados 77 doentes e famílias, num concelho que tem um índice de envelhecimento que é o triplo da média nacional (quando se sabe que a idade agrava o risco de demência).
O dinheiro do prémio será gasto para dar autonomia a estas pessoas, permitindo que saiam de casa com um sistema de geolocalização que permita que sejam encontrados mesmo quando se perdem.
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O provedor explica que a meta é dar a todas estas pessoas a hipótese de saírem de casa sozinhas "mesmo sabendo que correm o risco de se perder, dando-nos a nós, às famílias e aos próprios um sentimento de segurança", reduzindo o risco de fuga e de desaparecimento associado a períodos de confusão mental e comprometimento cognitivo, característicos destas doenças.
Em 2019, o Prémio Maria José Nogueira Pinto recebeu 107 candidaturas de todo o país. O vencedor foi o Projeto de Apoio Domiciliário à Demência (PADD) da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro".