Geração de novos idosos exige respostas sociais modernas e alteração do conceito de lares e centros de dia
Não faz sentido continuar a acolher idosos como "há 20 ou 30 anos". É preciso encontrar novas soluções e apostar em recursos humanos com formação adequada, apela a União das Misericórdias Portuguesas.
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O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) considera que a a resposta aos idosos é o maior problema social do país. No dia em que arranca o congresso das Misericórdias, Manuel lemos aponta a necessidade urgente de garantir a sustentabilidade do apoio social nomeadamente no aumento do financiamento dado pelo Estado a cada utente acolhido
À TSF o responsável diz que que 25 anos depois da assinatura de um pacto social com o governo de António Guterres, e renovado em 2021 , a comparticipação do Estado está longe das metas definidas.
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O aumento das necessidades financeiras, diz Manuel Lemos, decorre da inevitável mudança dos tempos. A faixa etária dos novos idosos exige outro tipo de respostas. Privilegiar a autonomia e garantir um apoio domiciliário que permita continuar a viver em casa com apoio de profissionais com formação são alguns dos desafios.
Manuel Lemos diz que "no Reino Unido os centros de dia tradicionais deram lugar ao estabelecimento de protocolos com pub's para terem uma área de convívio para os mais velhos onde estes possam conviver e estar integrados na comunidade. Em França, esses mesmos protocolos foram feitos com cafés. O centro de dia como há trinta anos não faz sentido e por isso é preciso testar em Portugal outros modelos de modo a ver se resultam. Com esse objetivo, um grupo de provedores vai à Noruega conhecer outras propostas de prestação de serviços.
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O presidente da UMP reconhece que essa nova geração de idosos admite ir para um lar apenas quando estiver muito frágil e não tiver capacidade para tomar conta de si. Nesse sentido, é preciso que os lares não sejam um depósito de velhos, mas instituições modernas, adequadas, com funcionários com formação específica em geriatria e bem pagos, porque o tratamento de um ser humano não é uma tarefa como outra qualquer.
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Recentemente, a UMP assinou dois contratos coletivos, um com a com a CGTP e outro com a UGT. O congresso das Misericórdias decorre em Lisboa de hoje até sábado.