O secretário-geral do PS dirigiu-se ainda ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que criticou o seu "otimismo irritante".
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O primeiro-ministro e secretário-geral do PS considera que a 'geringonça', conforme foi apelidado o acordo parlamentar entre os socialistas e os partidos da esquerda, "valeu a pena". Ideia defendida por António Costa nas Jornadas Parlamentares do PS que terminaram esta terça-feira, em Viseu, e que serviram para fazer um balanço da última legislatura.
"Era manifesto que a continuação da coligação PSD/CDS não assegurava a mudança e foi possível construir no quadro parlamentar uma solução política alternativa e quatro anos volvidos podemos dizer que valeu a pena", declarou, acrescentando que "valeu a pena porque ao contrário do que temiam demonstrou-se que era possível haver estabilidade".
Depois das palavras duras de Carlos César em relação aos restantes partidos da 'geringonça', António Costa aproveitou para elogiar os parceiros à esquerda.
"Valeu a pena porque foi possível cumprir todos os nossos compromissos enquanto partido com os portugueses, os compromissos de Portugal com as instituições europeias e também os do PS com os seus parceiros parlamentares, o PEV, PCP e BE. Com todos cumprimos escrupulosamente os nossos compromissos", afirmou.
"Portugal Melhor" deu o mote às Jornadas Parlamentares socialistas. António Costa vincou as mudanças introduzidas pelo Governo em várias áreas e não se esqueceu do antigo primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que por várias vezes apontou que "o diabo vinha aí", que as políticas socialistas iriam "afugentar o investimento, fazer derrapar a despesa, aumentar a dívida" e que iriam "dar cabo das finanças do país".
"A verdade é que não demos cabo das finanças do país, recuperámos as finanças do país, a economia e estamos a recuperar a vida das pessoas", afirmou.
O secretário-geral do PS dirigiu-se ainda ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que criticou o seu "otimismo irritante".
"Não venham dizer que era fácil porque alguns até achavam mesmo que era um otimismo e tão otimismo que era até irritante. A verdade é que agora podemos deixar a irritação para os pessimistas", disse.