A revelação é dada pelo estudo anual que a consultora KPMG realiza em 150 países e engloba 1300 inquiridos, entre eles, 50 portugueses. Este ano, os dados do "CEO OUTLOOK"23" indica que os gestores nacionais estão mais preocupados com a tecnologia disruptiva, aspetos operacionais e cadeias de abastecimento, do que com as tensões geopolíticas que subiram para o top principal dos riscos apontados pelos lideres empresariais mundiais.
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A incerteza geopolítica é apontada como o principal risco pelos gestores a nível mundial, enquanto os líderes empresariais portuguesas colocam no topo das preocupações, a tecnologia disruptiva, os aspetos operacionais e as cadeias de abastecimento.
Por outro lado, 84% dos portugueses não veem a inteligência artificial como prioridade de investimento contra 69% dos empresários internacionais que a consideram fundamental no caderno de encargos para os próximos anos.
Mesmo assim, metade dos empresários nacionais inquiridos acredita que vai ter retorno nos próximos cinco a sete anos dos investimentos que preveem fazer já com novas regras ESG, ou seja em governança ambiental, social e corporativa, tal como manda a nova diretiva de Bruxelas para o reporte de sustentabilidade corporativo das empresas que entra em vigor já em 2024
Apesar das taxas de juro atingirem valores recorde, 56% dos gestores portugueses concorda que o endurecimento das políticas monetárias pode levar ao prolongamento de uma eventual recessão, mas a dor de cabeça maior é mesmo com a tecnologia disruptiva, custos operacionais e cadeias de abastecimento.
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28% considera que as tecnologias emergentes são a maior ameaça ao negócio, 22% aponta o risco operacional e 16% indica como principal problema a quebra da cadeia de abastecimento.
Mesmo assim, 84% dos CEOS portugueses não perceciona a Inteligência artificial generativa, como prioridade de investimento, ou seja coloca à frente outros objetivos diferentes de qualquer tipo de processo automatizado que utilize algoritmos para produzir, manipular ou sintetizar dados, ao passo que a nível global, 69% dos inquiridos identificaram-na como um dos fatores-chave para o negócio.
Os empresários entram em sintonia com os restantes gestores mundiais apenas no reconhecimento de que o aumento da rentabilidade do negócio, surge dos benefícios da incorporação de tecnologias. 90% dos patrões portugueses também se diz bem preparado para um ciberataque contra 53% a nível planetário.
Quanto às novas regras de governança ambiental, social e corporativa (as chamadas ESG) que entram em vigor em 2024,
80% dos líderes nacionais declaram que estão preparados para o escrutínio contra 32% dos estrangeiros e até esperam retorno entre 5 a 7 anos, ou seja, a curto prazo, acreditam que podem ser um contributo para a atração de talento, construção de reputação de marca e criação de relações mais sólidas com os clientes.
Só que apenas metade está convencido que as respetivas empresas têm capacidade para cumprir essas novas regras, ou seja, ficam aquém dos 74% de líderes internacionais que se mostram preparados para a nova realidade.
Portugueses e estrangeiros estão em sintonia quanto a lideranças que impliquem responsabilidades partilhadas para resultados bem-sucedidos e quanto à confiança no crescimento da economia nos próximos três anos, sendo que neste domínio os portugueses são mais otimistas. 90% acredita num desempenho positivo face aos 78% de estrangeiros que aposta no crescimento da economia dos respetivos países e 77% olha com confiança para respetivos negócios.