João Gomes Cravinho afirma que Vladimir Putin tem "semeado ventos" e a guerra na Ucrânia é disso um exemplo.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho sintetiza a rebelião militar na Rússia com um ditado popular, dizendo que "quem semeia ventos, colhe tempestades".
"O Presidente Putin tem estado a semear ventos, fê-lo ao promover um exército privado, mercenário, que se revelou capaz de desafiar as próprias forças armadas russas. Fê-lo também ao invadir de forma ilegal a Ucrânia", afirmou João Gomes Cravinho.
Cravinho destacou ainda a importância do apoio à Ucrânia. "O nosso objetivo é continuar a apoiar a Ucrânia para que seja a Ucrânia a determinar os termos da paz que é necessária", afirmou à entrada para a reunião de ministros de Negócios Estrangeiros, no Luxemburgo.
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Também à entrada para a reunião, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell considerou que os acontecimentos do fim de semana são prova de fragilidade do sistema político.
"O monstro está a agir contra o seu criador, o sistema político está a mostrar fragilidades e o poder militar está a ceder. Esta é uma consequência relevante da guerra na Ucrânia. E, a conclusão mais importante é que a guerra lançada por [Vladimir] Putin e o monstro que Putin criou com o [grupo] Wagner, - o monstro está a mordê-lo agora", afirmou, sugerindo preocupação com o facto de a Rússia ser uma potência com arsenal atómico.
"Toda a gente está a par do que está a acontecer na Rússia. É importante compreender que isto está a afetar o poder militar russo e o seu sistema político. E certamente não é bom ver que uma potência nuclear como a Rússia possa entrar numa fase de instabilidade política", afirmou Borrell, considerando também que a rebelião na Rússia coloca a guerra na Ucrânia, numa fase crucial.
"É mais importante do que nunca continuar a apoiar a Ucrânia, porque o que aconteceu durante este fim de semana mostra que o vento contra a Ucrânia está a quebrar o poder russo e a afetar o seu sistema político", sublinhou o chefe da diplomacia europeia.