Acompanhe a apresentação do plano em direto na TSF.
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O Governo apresenta, esta sexta-feira, o plano de mobilidade e de segurança para a Jornada Mundial da Juventude. O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro, começou por ressalvar que a "pesquisa e tratamento de informações" têm sido um elemento chave do planeamento da Jornada Mundial da Juventude. O objetivo é criar o "máximo de segurança", com o "mínimo de impacto".
"Gostaria destacar também o papel do SIS que tem produzido ao longo do último ano análises minuciosas. O plano global de segurança integra 11 planos setoriais, mas na verdade são 14 porque hoje incluímos aqui também entidades que não integram formalmente o gabinete coordenador de segurança, mas que estão também a contribuir", afirmou Paulo Vizeu Pinheiro.
Vão haver três níveis de intervenção: estratégico, operacional e tático, que consiste nas decisões e ações tomadas nos recintos e vários espaços da cidade e evento. Na mobilidade será feito um reforço diário dos transportes.
"Um modelo de coordenação, entre todas as entidades e agências. Centralizada no sistema de segurança interna, com um centro de coordenação e controlo específico, sem prejuízo da autonomia própria a nível operacional, tático e técnico", sublinhou o secretário-geral do SIS.
As medidas de segurança serão "inúmeras para que evento possa ser um sucesso", com o envolvimento de PSP, GNR, INEM, ANPC, Estradas e Portugal e Brisa.
"O controlo de espaço aéreo assume um particular relevo. Serão criadas quatro zonas de exclusão aérea em Lisboa e Fátima. Os voos comerciais são permitidos, tendo cumprir com as regras definidas pelas autoridades competentes", explicou.
Quem ficará responsável pela segurança do papa na sua "mais longa estadia alguma vez realizada em Portugal" será o Vaticano, em colaboração com a PSP, que tem uma "unidade especial com enorme prática e experiência nesta área". Para uma melhor preparação, estão previstos exercícios com cenários de ameaças.
No que toca ao plano de mobilidade, o coordenador do Grupo de Projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, referiu como grandes dificuldades a imprevisibilidade e o tempo.
"Ainda hoje não sabemos quantos peregrinos vêm e como vêm, ainda hoje é um fator de risco. Quer o plano de segurança, quer o de mobilidade ainda não acabaram. Outra circunstância que dificulta é o tempo e a paciência. Ao longo destes meses, com o vaivém das propostas e contradições, tivemos de saber ter paciência e não sucumbir. Desde o princípio dissemos que o plano de mobilidade iria ser apresentado por volta deste dia. O foco para fazer este plano foi sempre o de trabalhar em conjunto com os parceiros, fossem das forças de segurança, autarquias ou operadores de transportes. Sempre tendo em conta que a Fundação Jornada Mundial da Juventude era, no fundo, o chapéu de todas aquelas atitudes ou decisões que íamos tomando", acrescentou José Sá Fernandes.
JMJ vai ter passe especial "de vários dias" para peregrinos
Do plano de mobilidade faz também parte um plano de estacionamento, que irá dar resposta a "todos os movimentos", em particular ao elevado número de autocarros esperado.
"Há também a necessidade de um plano de tráfego e circulação. É necessário compatibilizar todos estes movimentos numa cidade, encontrando as melhores soluções no espaço existente para que estas deslocações se possam fazer em segurança", explicou Isabel Pimenta, da empresa VTM, responsável pelo plano de mobilidade.
Depois, Sá Fernandes apresentou novos passes, "de vários dias", para os peregrinos, criados com a ajuda da Transportes Metropolitanos de Lisboa, operadores de transporte público e autoridades de transporte.
"Também tentar conjugar estes passes com elementos da PSP que vêm de fora. Isto vai evitar um excedente de filas para a os bilhetes e dar um incentivo para andar no transporte público. Este plano, na sua metodologia, assenta nisso. Este plano tem muito a ver com o transporte público. Tirar a pressão é muito importante para a mobilidade", esclareceu José Sá Fernandes.
O reforço da oferta por parte das operadoras de transportes públicos vai traduzir-se em mais 5% de circulações durante a semana e mais 29% ao fim de semana, quando se está à espera de maior procura.
"Isso traduz-se em 354 mil lugares em dia útil e 780 mil lugares ao fim de semana. Estamos a falar de um esforço muito grande do reforço de oferta", acrescentou Isabel Pimenta.
Antes da apresentação, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, comparou a dimensão do evento à Expo 98 ou ao Euro 2004 e disse esperar que "os mais jovens levem daqui uma rica experiência" de partilha de valores e que possam afirmar os "valores essenciais da humanidade".
Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.