António Lacerda Sales confirma que em alguns ventiladores faltam materiais de ligação ao sistema hospitalar.
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O secretário de Estado Adjunto e da Saúde admite que há 204 ventiladores que ainda não foram entregues aos hospitais. A TSF deu conta das dificuldades que o Ministério da Saúde está a ter com o material comprado no mercado chinês.
Há ventiladores com falta de ligações aos sistemas dos hospitais e alguns contratos cancelados. De acordo com o Ministério, contactado pela TSF, trata-se de "uma espécie de tomada/adaptador" para ligar à rede de oxigénio.
Questionado pelos jornalistas, António Lacerda Sales assegura que, brevemente, vão ser entregues 204 ventiladores aos hospitais. "É preciso serem certificados e reavaliados, para assegurar que tudo está a funcionar em pleno. Há cerca de 204 ventiladores nestas condições. Muito em breve serão entregues aos hospitais", garante.
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O secretário de Estado confirma que em alguns casos faltam materiais de ligação ao sistema hospitalar. "Alguns deles precisam desse adaptador, e estamos em condições, até ao final do ano, de ter mais de 2100 ventiladores no global."
Lacerda Sales fez, no entanto, questão de dizer que os problemas sentidos por Portugal são comuns a outros países.
O Governo revelou ter comprado cerca de 1.200 ventiladores, mas o último relatório do primeiro estado de emergência desta segunda vaga indica que desde o início da pandemia apenas foram distribuídos 797 pelos hospitais. Aliás, nesse mesmo relatório, lido pela TSF e entregue a 2 de dezembro no Parlamento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescenta que já se fizeram 15 voos de Pequim para Lisboa, contratados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que permitiram o transporte de um total de 1.181 ventiladores para Portugal.
Já em julho uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) aos contratos sem fiscalização prévia relacionados com a Covid-19 contava 12 compras, adjudicadas em março e abril, de um total de 1.211 ventiladores.
"Comportamento individual vai ser decisivo no sucesso coletivo"
Quanto aos números da Covid-19, Portugal atingiu um novo máximo de mortes no domingo, com 98 vítimas mortais. Lacerda Sales desdramatiza e garante que os números da curva têm vindo a descer.
"Temos uma curva decrescente, ainda que com uma incidência alta. Os números de óbitos continuam altos, mas era aquilo que esperávamos em função do pico de 20 de novembro. Passado duas ou três semanas, esperávamos um aumento de internamentos e pico de mortalidade. Está dentro daquilo que os técnicos têm dito.
O governante assegura ainda que o próximo Conselho de Ministro vai analisar os últimos dados, não adiantando, ainda assim, quais serão as ilações do Executivo. "Tudo será feito no tempo e momento certo", disse.
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Ainda assim, para que tudo se mantenha como previsto, Lacerda Sales deixou um novo apelo para o Natal. "O comportamento individual vai ser decisivo no sucesso coletivo. Não é um Natal igual aos outros, mas os portugueses devem aderir a esta mensagem. Para termos outros Natais com as famílias temos de nos resguardar: ter menos gente em casa, utilizando máscara e com espaços arejados", apela.
No domingo, Portugal confirmou mais 4044 infetados com o coronavírus. O último boletim epidemiológico da DGS indica que estão internadas 3157 pessoas, mais 64 do que no dia anterior, das quais 513 em salas de cuidados intensivos, mais dez do que no sábado.
Os países da União Europeia preparam-se para iniciar a vacinação contra a Covid-19 no início de janeiro.