Governo autoriza mais coberturas de plástico no Parque Natural do Sudoeste Alentejano
Ambientalistas criticam decisão que permite chegar aos 4.800 hectares de plantações em estufas, túneis elevados, túneis e estufins.
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A Zero acusa o Governo de abrir a porta a ainda mais estufas e equipamentos semelhantes com coberturas plásticas na agricultura feita no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Os dirigentes da associação ambientalista leram e ficaram estupefactos com uma resolução do Conselho de Ministros publicada há pouco mais de uma semana que, segundo a Zero, aumenta de 30% para 40% a área do Aproveitamento Hidroagrícola do Mira que pode ser ocupada por estufas, túneis elevados, túneis e estufins.
Pelas contas da Zero, estamos a falar de um limite máximo de 3.600 hectares atualmente em vigor para 4.800 hectares, ou seja, fazendo as contas, cerca de metade da área do concelho de Lisboa.
Em comunicado, a associação denuncia "uma agricultura que se baseia na utilização massiva de fertilizantes, pesticidas e que potencia longas cadeias de distribuição até chegar ao consumidor final, e muito pouco tem de compatível com os objetivos de um parque natural".
O dirigente da Zero, José Paulo Martins, diz à TSF que estamos cada vez mais com um modelo agrícola industrial numa zona protegida, temendo os impactos sobre a paisagem.
Os novos 1.200 hectares de coberturas de plástico podem não ser estufas no sentido tradicional de estruturas de grande dimensão, mas o ambientalista explica que os "túneis elevados, túneis e estufins" têm características semelhantes, "umas mais baixas e outras mais elevadas com coberturas de plástico" para criar um ambiente propício ao crescimento de determinadas culturas.
José Paulo Martins defende que já hoje existem estufas em excesso, algumas muito próximas da costa, sendo preciso planeamento da agricultura que se pretende para aquela zona protegida.