Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade reconhece que tem faltado vontade política para tratar de uma das formas de violência contra mulheres e raparigas.
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Portugal vai ter no próximo ano o primeiro centro de apoio para vitimas de violência sexual. A revelação foi feita à TSF por Catarina Marcelino, a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade.
No dia em que se assinala o dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres, Catarina Marcelino admite que até agora não existiu vontade política para tratar de uma das formas de violência contra mulheres e raparigas.
Mas a secretária de Estado garante que essa vontade política existe agora, para fazer avançar este projeto. Catarina Marcelino dá assim razão à denuncia feita na TSF pela presidente da Associação Mulheres Contra a Violência, Margarida Medina Martins, que denuncia o receio dos políticos em tratar deste tema.
Margarida Medina Martins considera inaceitável que Portugal não tenha um único serviço especializado para estes casos ou profissionais devidamente formados para dar apoio nesta área da violência sexual. A continuar neste estado de coisas, Margarida Medina Martins diz que o país está em negação e está a ser cúmplice de uma crise de direitos humanos.
Com um atraso de, pelo menos, 40 anos relativamente a outros países europeus, a presidente da Associação Mulheres contra a Violência defende que é urgente elaborar um plano nacional contra a violência sexual sobre mulheres e raparigas, um tipo de violência que não tem tido direito a grande atenção ou a campanhas nacionais.
A Associação Mulheres contra a Violência é uma das parceiras do Governo na nova campanha contra a violência doméstica que está desde esta sexta-feira na rua, nos estádios, televisões, na rádio e também com várias iniciativas em todo o país.
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A mensagem principal da campanha lança um desafio: comunidade ativa contra a violência porque, como lembra a secretaria de Estado, cada um de nós pode fazer a diferença.