
Marcelo Rebelo de Sousa
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No habitual comentário na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa avisou, esta noite, que «se o poder tem medo de aparecer na rua, convida a rua a uma escalada contra o poder».
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O antigo presidente do PSD e Conselheiro de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, aconselhou, esta noite, o Governo a sujeitar-se às situações mais complicadas se essa for a vontade dos portugueses.
«As instituições desprestigiam-se quando os titulares do poder têm medo de aparecer publicamente, isso tem de se inverter rapidamente. Não podem estar a fugir, não podem sair pelas portas das traseiras, nem que se sujeitem às situações mais complicadas, é preferível», destacou Marcelo.
«As pessoas não querem uma revolução em democracia, não querem o poder na rua. Agora se o poder tem medo da rua, convida a rua a uma escalada contra o poder», avisou.
No habitual comentário de domingo à noite na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu não ter gostado da mudança de local das cerimónias do 5 de outubro, considerando que essa alteração revela um poder distante das pessoas, o que pode pôr as instituições em perigo.
Sobre o fim da cláusula de salvaguarda do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), anunciado na passada quarta-feira pelo ministro das Finanças, Marcelo Rebelo de Sousa disse não ter dúvidas que é uma decisão errada e que o Governo a deve corrigir.
«O IMI é um erro desnecessário porque vai criar problemas nos tribunais, porque a sua aplicação não vai ser a que o Governo pensa, porque desaparecer a clausula de salvaguarda é uma injustiça. Acho que isso foi um excesso e (...) acho que há boas razões para o Governo discutir e recuar nessa matéria, ou menos em parte», comentou.
A cláusula de salvaguarda do IMI permitia garantir que os prémios reavaliados até 2014 não tivessem um aumento superior a 75 anos. A decisão do Governo de acabar com esta norma vai fazer com que o aumento do imposto aconteça já no próximo ano.